Danilo Gentili defende Sheherazade: “Opinião não é crime”

As pessoas têm que ter o direito de falar o que quiserem

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As pessoas têm que ter o direito de falar o que quiserem

Workaholic assumido, Danilo Gentili passou por um susto em abril quando se viu doente e teve que, inclusive, passar a apresentação do “The Noite”, no SBT, para o amigo Léo Lins por um dia. “Tive febre e muita dor de garganta, só que, quando fico doente, não consigo tomar remédio, sou alérgico. Aí, chego a 42º de febre, começo a delirar. Estou trabalhando muito mesmo, é meu jeito, e às vezes isso é o corpo pedindo para parar um pouco”, analisa.

Negócios nos Estados Unidos

Recuperado após passar uma semana praticamente de cama, Danilo já retomou suas atividades no talkshow. Paralelamente, ele toca as obras do espaço de comédia que está construindo em Orlando, na Flórida, e preparando um filme no próximo semestre; “É muita coisa, mas tem que aproveitar agora”, explica.

“As obras em Orlando estão adiantadas e acho que em agosto a gente abre”, diz ele, que está há alguns meses adquirindo peças para montar um verdadeiro hall do humor no local. “Conseguimos uma coisa muito rara de ‘O Gordo e o Magro”, um rolo de filme e áudio familiar. Você vai ver várias coisas de vários humoristas do mundo inteiro lá”, adianta ele, que já ganhou de Marcelo Tás os óculos do personagem Ernersto Varela.

“Sou muito felizardo de ter começado a trabalhar com o Tás. Às vezes, os caras me enfiavam na fogueira lá no ‘CQC’ e ele me defendia porque ele queria. Tenho muita gratidão pelo Tas. Por isso, o bar vai ter uma parte de homenagem a ele”, revela.

Danilo também fez questão de convidar mestres brasileiros do riso para a noite de estreia. “Carlos Alberto e Juca Chaves, por exemplo, já convidei. Vamos fazer tudo pra esse pessoal consagrado ir à inauguração”.

Campanha polêmica

Além das atividades como empresário, humorista e apresentador, Danilo tem levantado uma bandeira: lançou a campanha Desumaniza Redes, que incita ofensas na internet contra a campanha do Humaniza Redes, do Governo Federal.

“A TV aberta devia ser como a TV paga, sem ser concessão de governo, porque qualquer coisa que você fala na TV aberta, o governo acha que pode interferir. A TV paga pode ter opinião, é disso que o governo tem medo. A pessoa que fala o que pensa, vira polêmica porque as opiniões estão patrulhadas por um cenário politico desequilibrado e, toda vez que você dá uma opinião que não diz respeito a isso, você é polêmico porque não bate com agenda ou cartilha ideológica da politica do momento. Quando você não segue essa cartilha, você vira do time do mal. Então, às vezes até paro de fazer comédia para tentar aumentar o limite da opinião e da liberdade de expressão”, defende.

Sheherazade

Apesar de poder dizer o que quer em seu talk show, Danilo entende que alguns colegas, inclusive na mesma emissora, têm menos liberdade. “Existe sempre uma linha editorial e o que acontece com a (Rachel)Sheherazade no SBT é exatamente isso que estou falando, ela dá uma opinião, que não diz respeito à hegemonia política e ideológica do Brasil e vira polêmica. As pessoas têm que ter o direito de falar o que quiserem, opinião não é crime”, fala.

Em maio, Danilo e Sheherazade vão estar juntos, não na bancada, mas por telefone, ao vivo, no “Jornal da Manhã”, na Jovem Pan. “Vou interagir com a Sheherazade como as pessoas normais interagem. Num dia vou concordar, no outro, discordar, é assim que acontece quando se tem liberdade. Acho que vou falar o que vier na telha”.