Família de Marília não engole conclusão da polícia sobre culpa dos pilotos: ‘percebe-se que há’
Advogados notaram um direcionamento para culpar os pilotos pelo acidente que vitimou Marília Mendonça e mais cinco pessoas
João Ramos –
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A assessoria jurídica da família da artista Marília Mendonça, através do advogado Dr. Robson Cunha, se manifestou a respeito da conclusão do Inquérito Policial apresentado nesta quarta-feira (4) e fez questão de pontuar algumas ressalvas que não engoliram no caso.
Conforme a equipe jurídica de Marília, os mesmos solicitaram uma cópia integral dos autos ao delegado responsável, Dr. Ivan Sales, mas tiveram o pedido negado.
“Portanto, ainda não temos ciência dos termos da conclusão. Entretanto, acompanhando a coletiva de imprensa na qual foram apresentados pontos do Inquérito Policial pelo Dr. Ivan, percebe-se que há um direcionamento para imputar aos tripulantes a responsabilidade exclusiva para a causa do acidente”, disparou o jurídico da família da rainha da sofrência.
Por isso, segundo a equipe, o fato de terem sido apresentados argumentos rasos da ocorrência deixou a todos com mais dúvidas do que respostas. “O delegado responsável não demonstrou esforços para apresentar provas periciais capazes de ultrapassar alegações comuns e midiáticas acerca do caso”, diz o jurídico.
“Além disso, fica claro pelo excesso prazo que teve o inquérito policial e pela ausência de provas técnicas, que este apenas aguardava a conclusão do laudo do CENIPA para entregar o relatório final”, pontuou a equipe.
Os advogados também falaram na responsabilidade do Estado. “Essa demora apenas fez estender aos familiares uma angústia pela espera e a ineficiência do Estado de Minas Gerais em manter sob sua guarda o material do inquérito policial que era sigiloso, permitindo que um policial divulgasse na internet fotos do exame de necropsia da artista Marília Mendonça”, disparou o jurídico.
Assim que o Inquérito Policial for entregue ao poder judiciário, os advogados vão tomar ciência e acompanhar junto ao Ministério Público a extensão dos trabalhos necessários para uma elucidação completa do caso, respondendo perguntas, como:
- Por que não foi respeitada a normativa internacional que obriga a sinalização nos cabos de energia existentes entre vales?
- Por que a localização do aeródromo nas coordenadas que são disponibilizadas aos pilotos pelos órgãos competentes estava errada?
- A quem competia a obrigação de fiscalizar a sinalização nos cabos de energia?
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