O músico inglês Sting escreveu uma carta aberta ao presidente Jair Bolsonaro em suas redes sociais para chamar atenção sobre queimadas na Amazônia. O músico relembrou que sempre trabalhou ao lado do povo amazonense e índios da região.

O artista sempre foi ativista das causas ambientais e é fundador da Rainforest Foundation, que há 30 anos tem como missão proteger as florestas tropicais das Américas do Sul e Central trabalhando diretamente com as comunidades indígenas.

“Reza a lenda que o Imperador Nero ‘tocava lira enquanto Roma queimava.’ Enquanto obviamente nos arrepiamos com os fatos duvidosos de que um homem tão estúpido poderia ter sido um músico, nenhum de nós, eu incluso, poderia ser complacente com as dimensões trágicas do desastre que toma conta da Floresta Amazônica enquanto escrevo”, inicia Sting, na carta.

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Legend has it that the Emperor Nero “fiddled while Rome burned”. While obviously bristling at the dubious factoid that such a stupid man could have been a musician, none of us, including me, can be complacent about the tragic dimensions of the disaster taking place in the Amazon as I write. Amazonia is on fire at an unprecedented rate – 80% up from last year and with 39% more deforestation – and the world is suddenly taking notice. Populist leaders citing nationalist agendas, or claiming that climate change and its handmaidens are a hoax, are guilty of much more than standing by and doing nothing. This is criminal negligence on a global scale. This is no place for the outdated bromides of nationalism in a world where we all breathe the same air and where we will all suffer the consequences of this wilful negligence. @trudiestyler

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Ao longo do texto, ele acusa o presidente de abrir a Amazônia para o desmatamento e a exploração comercial, além de minimizar a reação global às queimadas que vêm sendo noticiadas. “Apelamos para o governo brasileiro mudar as políticas que abriram a Amazônia para exploração. Retórica nacionalista foi um dos motivos que inflamou as chamas que ameaçam engolir o mais importante laboratório de vida do planeta. Infindáveis espécies estão em risco iminente de extinção”.

Sting ainda refuta a polêmica acerca do erro de considerar a Amazônia o pulmão do mundo. “Pode não ser anatomicamente correto, mas convém com o significado e que é algo vital e insubstituível na cadeia do bem-estar de nosso planeta e o estreitamento crescente dos vetores climáticos com os quais a vida humana pode sobreviver. Simplesmente não podemos arcar com as queimadas”, define o artista.

O inglês cita o presidente ao falar que ele não é amigável com o povo indígena e que “está voltando atrás de acordos de preservação de terra já assinados, abrindo territórios e desmantelando organizações de direitos científicos e humanos no Brasil para permitir isso” e pede que ele mude de atitude.

“Nós imploramos para ele a revisão de suas políticas e mudança de suas ações e retórica incendiária antes de ser tarde demais. Não existe tempo para tocar lira: o mundo está queimando.”

Outros celebridades

Anitta se pronunciou sobre as queimadas que tem acontecido na região Norte do Brasil e a preservação a Amazônia. Em uma sequência de stories no Instagram, a cantora comentou na quarta-feira (21) passada sobre os assassinatos que ocorrem longe das grandes cidades.

Ao criticar a agropecuária, ela declarou não ter medo de perder patrocinadores ao falar sobre esses assuntos. “Eu estou cagando e andando para quem está afim de me silenciar […] Não é meu medo nesse momento. Estou preocupada mesmo em usar minha rede de comunicação, que tenho 40,5 milhões [de seguidores], […] para explicar para quem não entende os termos”.

https://www.instagram.com/p/B1eJX9vHcov/

A cantora também disse que políticos costumam usar termos “difíceis” para tratar do assunto, com a “intenção de que a gente realmente não entenda”, e por isso acha importante usar sua imagem para divulgar o problema.