Abertura da Campanha da Fraternidade será no dia 5 de março

A Arquidiocese de Campo Grande inicia, nesta quarta-feira (1º), a Campanha da Fraternidade 2017 em Mato Grosso do Sul. O tema deste ano é “Fraternidade: biomas brasileiros e defesa da vida”. Durante as missas e eventos religiosos da quaresma, a Igreja Católica vai discutir, a preservação do Cerrado e do Pantanal. 

Sobre a preservação dos dois biomas do Estado que são cada vez mais ameaçados por conta da degradação ambiental e do avanço da agropecuária, o Arcebispo de Campo Grande, Dom Dimas Lara Barbosa, disse acreditar na capacidade de criatividade da economia. 

“Eu acredito na criatividade do povo brasileiro. Talvez, seja hora de começar a pensar maneiras criativas para utilização do solo na produção de alimentos, sem diminuir a produtividade necessária. Exige a participação de todos, do poder público e de pesquisas”, afirmou. Para discutir a questão a Arquidiocese deve propor audiência pública em parceria com a Câmara Municipal ou Assembleia Legislativa. 

De acordo com o Arcebispo de Campo Grande, desde o ano de 1979, com o tema “Preserve o que é de todos”, a Campanha da Fraternidade já tratou de diversos temas ligados à ecologia e, no ano passado, falou sobre o saneamento básico. Em 2017, o tema é mais abrangente e segue o texto base que é dividido em quatro capítulos, a partir do método ver, julgar e agir e faz uma abordagem dos biomas existentes, suas características e contribuições eclesiais.

Sobre a definição do tema, ligado à ao meio ambiente, Dom Dimas explicou que não participou neste ano da escolha, que é feita pela CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), e que gostaria de ver abordado assuntos como ética e violência. 

“Particularmente, gostaria de ver abordado o tema da ética na política. Outro tema que preocupa muito é a violência doméstica contra a mulher e a criança, e a segurança pública. O índice de suicídios no Estado é outro tema que também poderia ser abordado”, disse. “O tema da ética é uma emergência nacional, especificamente, na política”, completou o religioso que atribuiu ao ‘jeitinho brasileiro’ uma das causas da crise ética. 

Em Campo Grande, a Arquidiocese assume a conscientização das famílias para hortas caseiras que contribuem para o meio ambiente, fortalecem o convívio entre país e filhos e e geram renda. Entre as ações propostas para aumentar o envolvimento dos fies, está o estímulo à reciclagem do lixo e a não utilização de copos descartáveis. 

Dentro deste contexto, entre as ações específicas, Dom Dimas explica que as dioceses de Coxim, Corumbá e Jardim devem apresentar trabalhos com a comunidade ribeirinha. Em Campo Grande, serão realizadas ações com assentados. 

Sobre a questão indígena que tem especificidades no Estado e também está diretamente ligada ao agronegócio, o arcebispo explica que os povos tradicionais vão estar diretamente envolvidos. 

“Continuo afirmando que o problema indígena persiste por causa de décadas e décadas de falta de vontade política para resolver a situação. Além do problema fundiário, há o problema das drogas, educação, saúde e alimentos a serem solucionados dos que estão fora de uma terra não demarcada. O problema fundiário não pode ser resolvido só pelo Estado [MS], é de âmbito federal”, conclui. 

A abertura da Campanha da Fraternidade 2017 será no dia 5 de março às 9h, no Ginásio Poliesportivo Dom Bosco.