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MidiaMAIS

Na luta por espaço, mulheres que dominam as claquetes transformam setor do audiovisual em MS

Neste 19 de junho, Dia do Cinema Brasileiro, a reportagem especial vai falar não só sobre a sétima arte, como também dos desafios das produções enfrentados por mulheres cineastas
Graziela Rezende -
Diretoria da ACV-MS, em 2013, composta por somente uma mulher. (Marinete Pinheiro/Arquivo Pessoal)

Na linguagem de “O Corpo Fala”, poderíamos dizer que a cineasta Marineti Pinheiro, atualmente com 43 anos, está bem acuada na foto acima. Única mulher entre os homens, na época diretores da ACV-MS (Associação de Cinema e Vídeo de ) em meados de 2013, viu a força feminina transformar a entidade, hoje toda chefiada por mulheres, muitas “doutoras” no assunto que dominam as claquetes e assinam as principais produções do Estado.

Neste 19 de junho, Dia do Cinema Brasileiro, a reportagem especial vai falar não só sobre a sétima arte, no contexto regional, mas também dos desafios das produções enfrentados por cineastas. Marineti, por exemplo, é a primeira mulher sul-mato-grossense a estudar na Escola de Cinema de Cuba.

Entre tantos artigos, recentemente, escreveu “Cinema como Substantivo Feminino de Mato Grosso do Sul”, que estará no livro “Águas Correntes: Mulheres no Audiovisual do Centro-Oeste”. “Tem um grupo de mulheres promovendo aberturas mais participativas, no âmbito da cadeia audiovisual, e somamos forças, nos últimos anos; e, em meio a algumas manifestações machistas, articulei a criação de duas organizações compostas somente por mulheres como resposta”, explicou.

Sendo assim, nasceu a chapa “As Claquetes”, para o Colegiado Estadual do Audiovisual, composta somente por Mulheres, sendo: Ara Martins, diretora e roteirista; Rose Borges, produtora-executiva e editora de imagem; Aniela Paes, diretora, produtora audiovisual, atriz e produtora cultural; Marineti Pinheiro, cineasta, mestre em Cinema e documentarista; Elis Regina Nogueira, produtora audiovisual, diretora e fotógrafa; Carolina Garcia, fotógrafa e produtora audiovisual (); Bianca Machado, cineclubista, produtora e atriz (Corumbá); e Alessandra Tavares, diretora e atriz (Amambai).

‘Mudanças foram necessárias para que entendam que existimos’, diz presidente

Marinete Pinheiro
Marineti Pinheiro. (Divulgação)

Com o mesmo objetivo, a cineasta também ressalta a reativação da ACV-MS, criada em 2002 e com uma diretoria composta somente por mulheres. “Estou como presidente e temos a Daniela Siqueira na secretaria, Kezia Miranda na tesouraria e a Mara Silvestre como vice-presidente, todas atuantes no audiovisual, e essas respostas de organização foram necessárias para que entendam que existimos”, argumentou.

No ano anterior, Pinheiro diz ainda que criticou a formação da curadoria da Mostra Sul-Mato-Grossense no Bonito Cine Sur, principalmente ao constatar que todos os filmes regionais selecionados eram dirigidos por homens, mesmo tendo obras de mulheres inscritas. Agora, em 2025, mulheres foram selecionadas na competição.

“Estamos, sim, caminhando para construir a participação mais feminina em toda cadeia que envolve a atividade audiovisual. Eu trabalho com cinema, documentário, que tem equipe mais reduzida, mas sempre busco balancear e trazer as mulheres. No Festival Cine Aves, que estamos executando, somos maioria na equipe, nos juntamos por propósito, afinidade, profissionalismo, e esse é um caminho possível. Em outros projetos de realização, no momento, alguns são desenvolvidos com homens, todos são muito receptivos à participação de mulheres e quero agregá-las. Penso que nos falta mão de obra nas áreas técnicas, às vezes tento contratar mulheres e elas não têm agenda. Isso é até bem interessante, pois estão com bastante demanda. Pode ser um indicativo de quem está começando na área, ou se formando e tem dúvida em que área se dedicar mais”, finalizou.

Outro case de sucesso, cuja gravação iniciou-se neste mês de junho, é o filme “Quando a Gente se Encontrar”, dirigido por Ligia Tristão Prieto, sendo o primeiro longa-metragem do Estado com orçamento de R$ 1 milhão, financiado pela Lei Paulo Gustavo. O filme “Quatro Luas Pantaneiras”, conforme apurado pela reportagem do Midiamax, também é uma produção quase 100% feminina.

As gravações ocorrem em e Bonito, com mais de 130 profissionais na produção. Ligia Tristão Prieto, diretora criativa do Grupo Casa Produções, é conhecida por trabalhos como os curtas “Eleonora” e “Na Sombra da Chuva”. O filme foi escrito a muitas mãos, a partir do método autoral “Escuta da Criação”, uma construção colaborativa. 

‘MS ainda não entende a arte como profissão’, diz atriz e cineasta

Ligia dirigindo gravação. (Arquivo Pessoal)

“Fazer cinema no Mato Grosso do Sul, sendo qualquer tipo de pessoa, já é um desafio, porque a gente tem um estado fora do eixo, um estado que ainda é muito novo, um estado que ainda não entende a arte enquanto uma profissão e que ainda consome só o que é de fora e não consome o que é construído aqui dentro, então, além disso, a gente tem um desfalque muito grande de financiamento para as obras, principalmente de audiovisual, que são caras”, argumentou.

Ligia ressalta também que, recentemente, foi contabilizar, ao lado da Marinete, a quantidade de mulheres que já tinham dirigido um longa-metragem de ficção, totalizando entre cinco e seis. “Fiquei bem chocada. E a gente está em 2025; se a gente compara isso com outros estados do Brasil, a diferença é gritante, então, a gente tem uma luta muito grande para que as mulheres consigam assumir as direções, as criações dentro das obras artísticas”, opinou.

Ligia com equipe. (Arquivo Pessoal)

Conforme a atriz e cineasta, já existe um movimento forte no eixo cultural Rio-São Paulo, com “grandes mulheres” à frente de teledramaturgias, séries, cinema e novelas.

“Por aqui ainda é um desafio imenso a gente conseguir que esse movimento aconteça. Eu acho que o maior desafio de fazer cinema no Mato Grosso do Sul é que, já que a gente não tem um mercado estruturado, a gente precisa construir, criar e formar, ao mesmo tempo, essa equipe de trabalho, essa equipe funcional dentro de um set de filmagem, que tenha essa disponibilidade artística para vivenciar um set por cerca de 40 dias, por exemplo”, argumentou.

No atual momento, Ligia fala que todos estão trabalhando e construindo o mercado ao mesmo tempo.

“E tudo isso ocorrendo no Estado que mais mata mulheres no país, então a gente tem a nossa luta e o nosso grito, e as mulheres acabam escrevendo e falando sobre o existir, e não só na cena do audiovisual e do cinema. Esperamos que elas consigam, cada vez mais, ocupar esses espaços de contar suas próprias histórias. A gente está enfrentando esse longa-metragem de ficção, na esperança de que a gente abra muitas portas para as próximas mulheres”, afirmou.

Formada em Artes Cênicas, a atriz, diretora e produtora cultural Andréa Escobar Freire, de 58 anos, comentou que o interesse pelo cinema surgiu por estar “colado com o teatro”. “Eu queria aprender, daí, a partir dos anos 2000, fui produtora de diversos cursos de cinema em Campo Grande e outras regiões do Estado, à frente do Pontão de Cultura Guaikuru. Também estive na produção do Circuito Popular de Cinema em MS, que esteve em outras cidades. Comecei no audiovisual produzindo e dirigindo videosclipes de artistas como Paulo Simões e Maria Alice”, relembrou.

Freire também atuou em filmes nacionais e produções locais. “Recentemente, dirigi meu primeiro curta-metragem, que é o ‘Sem Paralelo’, que traz a figura do Abboud Lahdo, ator, produtor e diretor do filme ‘Paralelos Trágicos’, realizado em Campo Grande, nos anos 60. Foi desafiador e adorável. Hoje coordeno, já há 3 anos, o Bonito CineSur – Festival de Cinema Sul-Americano de Bonito, e sigo aprendendo muito. Acho que o audiovisual no Estado está crescendo, e muitas mulheres estão despontando na direção de filmes, estamos sintonizadas com o que vem ocorrendo em outras regiões do Brasil”, ponderou.


(Andréa Freire/Arquivo Pessoal)
(Andréa Freire/Arquivo Pessoal)

As ‘mulheres cinematográficas’ de MS

Criado em 1977, o Estado de Mato Grosso do Sul tem sua raiz histórica cinematográfica mesclada com o vizinho Mato Grosso, já que filmes produzidos e registrados anteriormente ao ano da divisão possuem em seus créditos a sigla MT.

Pelos registros encontrados nesse percurso histórico, as mulheres estiveram segregadas em funções diversas da direção, atuando como atrizes, produtoras ou no movimento de ativismo social do cinema, como os Cineclubes. Focando a trajetória na parte sul, pós-divisão, a base historiográfica nos remete a figuras femininas emblemáticas da cultura do Estado, em especial na construção do cinema sul-mato-grossense, não apenas na realização de obras, mas também em seu ativismo.

Sendo assim, rememoramos Maria da Glória Sá Rosa, conhecida como a “professora Glorinha”, precursora do cineclubismo que desafiou o militarismo, escondendo em sua casa as latas de filmes que depois seriam projetados quase de forma clandestina no Cineclube da antiga Fucmat (Faculdade Dom Aquino de Ciências e Letras).

Em entrevista para o livro “Salas de Sonhos – História dos Cinemas de Campo Grande”, publicado no ano de 2018, disse: “Muitas vezes guardava os filmes, como de Ingmar Bergman, na minha casa. Como eu havia estudado no colégio de freiras, não levantava suspeitas. Se encontrados esses filmes seriam censurados pela polícia”, comentou, contando ainda sobre reuniões entre os cineclubistas, num movimento que representava um foco de resistência ao Governo Militar (1964/1985).

Pioneiras, professora Glorinha e Idara (ASL-MS)
Pioneiras, professora Glorinha e Idara. (ASL-MS)

Adriana Rocha, advogada e cineclubista que cuidava da bilheteria e da recepção do público, relembra que o grupo locava os filmes das cinematecas de São Paulo e os exibia no Sindicato da Construção Civil. Ela comenta, em entrevista para o artigo de Marinete, via mensagem, em junho 2024:

A seleção era sempre direcionada a um tema importante a ser debatido, recordo de ter assistido “Encouraçado Potemkin” (1925) de Serguei Eisenstein, um filme soviético que jamais entrariam na programação de uma sala comercial, e por isso, nosso trabalho era muito importante, não havia internet e os meios de comunicação eram poucos, assim o cineclube eras espaços de oportunidade e de acesso a sétima arte.

Outra idealizadora de vários movimentos e parceira da Professora Glorinha é Idara Negreiros Duncan Rodrigues, que contribuiu de forma ímpar para a história e memória do cinema, em especial com a criação do MIS-MS (Museu da Imagem e do Som de Mato Grosso do Sul), através da Lei Estadual nº. 1.793, de dezembro de 1997. A finalidade do MIS, em sua concepção, foi preservar os registros que compõem a memória visual e sonora do Estado, e, com passar dos anos, este espaço passou a ser uma referência do cinema e do audiovisual de Mato Grosso do Sul.

Honrosamente, temos também a atriz Glauce Rocha, que nasceu em Campo Grande, e, apesar de atuar e iniciar sua carreira em outro estado, nunca deixou sua origem. Dona de uma personalidade forte, com um rigor na interpretação e um rosto expressivo, além de excelente desempenho e mergulhos enigmáticos em seus personagens, Glauce Rocha participou de mais de 20 filmes.

Teve pequenas participações nos filmes “Rua sem Sol, de Alex Viany (1954) e “Rio 40 Graus”, de Nelson Pereira dos Santos (1955). E, entre suas marcantes atuações, estão “Os Cafajestes”, de Ruy Guerra (1962), “Terra em Transe”, de Glauber Rocha (1967), e “Navalha na Carne”, de Braz Chediak (1970). Glauce morreu precocemente aos 41 anos, vítima de um infarto, quando trabalhava na novela “Hospital” da TV Tupi (1971). Sem deixar herdeiros (filhos), quem cuidou de sua memória foi a sobrinha Leonora Rocha, que doou seu acervo (entre registros, jornais, fotografias, figurinos e demais objetos) para o Museu da Imagem e do Som.

Anteriormente a elas, vale mencionar o trabalho da atriz Conceição Ferreira. Nascida em Portugal e tendo estudado Arte Dramática no Conservatório Gil Vicente, em Lisboa, veio para o Brasil em 1924 e montou uma companhia de teatro no Rio de Janeiro. Viajando pelo Brasil, chegou a Mato Grosso em 1928 e percorreu as cidades de Aquidauana, Miranda, Corumbá, Cáceres, Cuiabá, Três Lagoas, Campo Grande e Ponta Porã.

Em 1932, recebeu o convite para atuar no filme “Alma do Brasil” (1932), primeira produção cinematográfica do estado, sobre a Guerra do Paraguai, com direção de Libero Luxardo e Alexandre Wulfes. Segundo relato de José Octavio Guizzo, no livro homônimo ao filme, ela disse ao diretor que não tinha experiência com cinema e Wulfes respondeu: “Você é ótima atriz, o que fizer será excelente”. Estabelecida em Campo Grande, formou uma pequena companhia de teatro, fazendo apresentações no Cine Trianon, e faleceu na cidade em 1992.

Sonia Bacha é uma cineasta, produtora independente e artista visual que fundou em 1998 a SB Vídeo Produtora, uma das primeiras no Estado, focada na realização e pesquisa de documentários. Natural de Campo Grande, Sonia dirigiu o documentário/ficção “Oculto no Olhar” (1989); formou-se em Artes Visuais em 2002 e concluiu pós-graduação em Imagem e Som em 2004, quando escreveu o ensaio documental “Um Documentário em Dois Momentos”.

Seu filme experimental “A Aproximação de Matisse” (2005) foi exibido em festivais na Itália, México e Grécia e escolhido para Exposições Temporárias no Museu de Arte Contemporânea, de Mato Grosso do Sul. Em 2007, Sonia produziu o curta-metragem “A história de Gineus Arcanjo da Silva” e lançou a série de curtas-metragens “Cinegraffiti”, exibida no Festival Flô Cinema na Mochila e no Festival The Rabadas Cinema Clube (em Tóquio/Japão e Guadalajara/México. Outro documentário dirigido por ela é “Um Matto Só” (2004), curta-metragem que procura enfocar fatos alusivos a Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, numa reflexão a respeito de alguns acontecimentos históricos como a aliança do sul de Mato Grosso com o estado de São Paulo na Revolução de 1932, o Tenentismo, O Estado Novo e episódios históricos ligados à criação do Estado.

Mara Silvestre foi apresentadora do Programa de TV Mulher (SBT) de 1984 a 1989, depois diretora e apresentadora do “Bem Estar”, na TV Record. Em dezembro de 2015, foi idealizadora e produtora-executiva do resgate da manifestação cultural do I Festival de Rua do Toro Candil de Porto Murtinho-MS. Criou a produtora Água Comunicação e produziu os documentários “Expedição da Rota Biocêanica” (2005), “Only Harley Porto Murtinho – Serra da Bodoquena” (2007), “A Universalidade dos Artistas Plásticos Sul-Mato-Grossense – Edson Castro” (2016), Ique Woistchach (2018), “Eu Não Ando Só” (2016) e “Las Promesseras” (2021).

Irmãs Rosiney e Lucilene Bigattão (Fernando de Carvalho/Arquivo Pessoal)
Irmãs Rosiney e Lucilene Bigattão. (Fernando de Carvalho/Arquivo Pessoal)

Rosiney Bigattão é formada em Arquitetura e Urbanismo pela (MS), estudou Comunicação Social na UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) e é mestra em Comunicação e Semiótica pela PUC/SP, com a dissertação intitulada “A Construção da Imagem do Peão Pantaneiro”. Rosiney é jornalista, com trabalhos realizados em emissoras de TV de redes nacionais em Campo Grande (MS) e São Paulo (SP), tendo sido repórter, editora-chefe de telejornais, diretora de documentários e reportagens especiais. Também trabalhou como redatora publicitária em diversas campanhas e produtora de conteúdo, com uma longa jornada em revistas, jornais e blogs. Rosiney é documentarista, com uma trajetória de produções independentes como diretora, roteirista e editora.

Entre seus filmes, estão a direção e os roteiros de “Pé de Histórias – Árvores que Guardam Nossas Memórias” (2023), “Araras de Campo Grande” (2020), “Fujona – em Busca de Liberdade” (2017), “Terra das Águas” (2004), “Caá – a Força da Erva” (2005), “Folia dos Malaquias” (2006), “Arigatô – Imigração Japonesa em Campo Grande” (2005), “Caminhos da Integração – uma Aventura no Coração da América” (2002). Durante sete anos, Rosiney trabalhou como roteirista e diretora na TV Senac (SP), escrevendo, editando e dirigindo programas como Documentários, Grandes Reportagens e Mundo da Arte.

 Lucilene Bigattão Rios, irmã de Rosiney, é atriz formada pela Universidade de São Paulo e jornalista pela UFMS, com mestrado em Meio Ambiente pela Uniderp. Atua no teatro, televisão e na educação ambiental. Produziu e dirigiu diversos documentários, entre eles, todos os citados anteriormente junto de sua irmã, além da série “Van Filosofia”, em 5 episódios para televisão, com apoio da Ancine e exibida pela TV Brasil. É diretora da Deslimites, com trabalhos voltados ao meio ambiente, cultura e educação. Atualmente, produz o canal “Árvores e Rios” no Instagram, falando sobre meio ambiente juntamente do companheiro Nereu Rios.

A atriz e produtora Bianca Machado vive em Corumbá, às margens do Rio Paraguai, e atuou nos filmes “Naquim” (2005) de Mauricio Copetti; “O Porta É um Ente que Lambe as Palavras e se Alucina” de Douglas Diegues (2004); “Cabeça a Prêmio”, de Marco Ricca (2009); e “O Caso Joanita” (2010), de Reinaldo Paes de Barros. Dirigiu os curtas O Inesperado Desagravo de Tomaz” (2022), “A Casa das Sete Portas” (2021) e “Emengarda”. Foi ainda produtora dos longas “Brava Gente Brasileira” (2000), de Lucia Murat; “Planuras” (2014), de Mauricio Copetti; do curta “As Marias” (2023), de Dannon Lacerda; e da série “Reverendo Moon”, de Eduardo Ades. Agitadora cultural, Bianca realiza circuitos de exibição em Corumbá (MS), em especial nos Cineclubes Macaco da Noite e Boemia Cultural.

Bacharel em Artes Visuais pela UFMS, Rose Borges é produtora audiovisual e atuou por anos como editora de videotape na TV Morena, tendo trabalhado também na mesma função na TV MS Record e na Macarena Vídeo.

Participou da Comissão Gestora FMIC/Fomteatro (2017 e 2021). É presidenta do Sindicato dos Trabalhadores em Rádio e Televisão de Mato Grosso do Sul (Sintercom-MS), atuando e auxiliando nas políticas públicas para o setor, na organização trabalhista e no registro dos profissionais da área. Atualmente, faz produção, direção de arte, edição e participou dos curtas-metragens “O Florista” (Direção Filipi Silveira, 2012 – produção), “Cortes” (Direção Roberto Leite, 2015 – direção de arte) e “Vampiros” (Direção Filipi Silveira, 2019 – direção de arte).

Elis Regina Nogueira e Lidiane Lima (Arquivo Pessoal)
Elis Regina Nogueira e Lidiane Lima. (Arquivo Pessoal)

Elis Regina Nogueira é fotógrafa e produtora Audiovisual, com graduação em Jornalismo e pós-graduação em Comunicação Social pela Unesp, com trabalho focado na produção de imagens e no audiovisual. No cinema, fez fotografia still nos filmes “Os Matadores” (1997), de Beto Brant; “Brava Gente Brasileira” (2000), de Lúcia Murat; “Cabeça a Prêmio” (2009), de Marco Ricca; “Olho Nu” (2012), de Joel Pizzini; e “Em Nome da Lei” (2015), de Sérgio Rezende. Em 2018, produziu e dirigiu o documentário “Banho de São João – Nas Águas do Rio Paraguai” (2022). A festa foi reconhecida como patrimônio nacional.

Em 2020, finalizou o documentário “Cozinha Lugar de Saberes e Sabores”, sobre a comida dos imigrantes que vivem em Campo Grande. Dirigiu o documentário “5 Tempos”, sobre a percepção do espaço e do tempo na vida de 5 mulheres durante a pandemia. Em 2023, foi curadora da Mostra Ambiental na 1ª Edição do Bonito Cine Sur – Festival Internacional de Cinema da América do Sul, e no mesmo ano idealizou e produziu o Festival Comida em Movimento – Cinema e Gastronomia. Dirigiu o filme “Rota Gastronômica Pantaneira” (2022), premiado em Portugal, e é proprietária da produtora Mirá Filmes.

No âmbito do poder público, Lidiane Lima, formada em Rádio TV pela Universidade Católica Dom Bosco, atua na coordenação do Núcleo de Audiovisual da Fundação de Cultura do Estado, criando projeto de circulação como o Rota Cine MS e produzindo mostras em festivais e outras atividades vinculadas ao órgão. Dirigiu, junto de Lucina Ferreira, o curta “Corguinho e seus Ets” (2005), documentário contemplado pelo edital Revelando Brasis. Lidiane também é proprietária da Produtora Tomada Filmes, que atua nas produções audiovisuais ligadas à cultura Hip-Hop.

Ara Martins é mestre em Comunicação pela universidade italiana “La Sapienza” e graduada em Rádio e Tv pela Universidade Estadual Paulista, em 2004. Com 20 anos de experiência no audiovisual, em sua filmografia estão: “Festa do Divino” (2008), “Urucum: O Passado Permanece Presente” (2009), “Uma Longa História em um Grande Rio” (2010), “Recurso para uma Vida Melhor” (2011), “Japiaçu” (2011), “Patrimônio: Uma História a ser Recontada (2013)”, “Brincando com o Passado no Museu” (2015), “Boas-Vindas” (2018), “Raízes da Nossa Gente” (2021), “O Adão e a Eva do Pantanal Sul” (2023) e “A Menina e a Árvore” (2023).

Entre tantos nomes, novamente citamos Marineti Pinheiro, filha de mãe analfabeta e que sonhava em escrever um livro para compensar a falta de leitura da mãe. Na faculdade, por sorte do destino, deparou-se com os professores Alexandre Maciel e Clayton Sales, que incentivam os alunos no caminho do livro-reportagem. Foram eles que despertaram o interesse nela e em sua colega de turma Neide Fisher a escrever o livro “Salas de Sonhos – Histórias dos Cinemas de campo Grande” (2008).

Marinete Pinheiro. (Arquivo Pessoal)

Posteriormente, a cineasta conta que percorreu Mato Grosso do Sul procurando os espaços de exibição para escrever meu segundo livro “Salas de Sonhos II – Memórias dos Cinema de Mato Grosso do Sul” (2010). Ambos os livros foram publicados pela Editora UFMS e são considerados as primeiras publicações sobre cinema no Estado. Antes, José Octavio Guizzo publicou, na década de 1980, o “Esboço Histórico do Cinema em Mato Grosso”.

Após este processo, a cineasta foi estudar Documentário na Escuela Internacional de Cine y Televisión de San Antônio de los Baños (EICTV), em Cuba, sendo a primeira mulher sul-mato-grossense com formação superior na área do cinema. Em 2015, recebeu o convite para coordenar o MIS-MS, onde permaneceu até 2022, desenvolvendo também atividades nas áreas de música, fotografia, museologia, além do cinema.

No ano de 2019, recebeu o Prêmio Darcy Ribeiro do Ibram, pelo Curso de Documentário “MS 40 anos em Histórias Cinematográficas”, o qual ministrou com o produtor Carlos Diehl (TV Educativa). Em 2021, novo convite, desta vez para ser membro efetivo do IHGMS (Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso do Sul).

Em 2022, após profundada pesquisa realizada em parceria com o historiador Celso Higa, propôs o projeto de lei que cria o Dia do Cinema e do Audiovisual Sul-Mato-Grossense, na data de 19 de novembro, fazendo uma referência à primeira exibição de cinema no Estado, ocorrida em 1903, no município de Corumbá. Tal proposta foi aprovada por unanimidade, ficando registrada como a Lei nº. 5.982/22.

Mariana Sena é graduada em Rádio e TV pela UCDB e pós-graduada em Artes Visuais: Cultura e Criação, pelo Senac. Atua na área cinematográfica há mais de 20 anos e há 12 anos desenvolve o TransCine – Cinema em Trânsito, como forma de democratizar o cinema e aproximar o público das obras audiovisuais feitas em MS, sendo um projeto muito importante de difusão e acesso.

Como seus principais trabalhos de direção, estão os curtas-metragens: “Argento” (2014), “O Amor e o Resto – da Culinária ao Caos” (2018) e “Leite da Loba – Carnaval 2020”. Também atuou em produções de filmes como “Barulho do Mato”, de Lucas Arruda (2024); o longa-metragem de ficção “Enigmas no Rolê”, de Ulisver Silva (2023); o curta-metragem experimental “Pássaro de Bolso”, de Maíra Espindola; o longa-metragem documentário “T’amo na Rodoviária”, de Givago Oliveira; e codirigiu o média “Barulho do Mato” (2024), com Lucas Arruda.

Márcia Gomes é socióloga formada pela PUC-Rio (Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro), além de mestra em Comunicación (1995) pela Pontificia Universidad Javeriana de Bogotá, com período sanduíche na Universidad Iberoamericana – México. Realizou seu doutorado em Ciências Sociais na Pontifícia Università Gregoriana – Roma/Itália (2002) e obteve seu pós-doutorado pela Universitat Autonoma de Barcelona/España (2011). Márcia é coordenadora do grupo de pesquisa “Mídia e Mediações Comunicativas da Cultura” (UFMS/CNPq) e atua como professora da Pós-Graduação em Comunicação e do Curso de Audiovisual da UFMS.

Mulheres, todas figuras emblemáticas da sociedade, atuando na disseminação de ideias marcantes e se comunicando com o mundo a partir de histórias próximas, com a motivação de juntar amigas e uma câmera para produzir algo em imagem e som. Assim, a trajetória dessas mulheres não reside apenas nos seus esforços individuais, mas também no coletivo que a sétima arte nos provoca e nos proporciona.

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