Adotando métodos não convencionais para a medicina veterinária, uma médica de animais tem aplicado tratamentos alternativos para impulsionar a cura de seus pacientes em Campo Grande (MS). Tainah Rojas, de 28 anos, utiliza técnicas da medicina chinesa como base para recuperação dos pets que atende e os resultados têm surpreendido não apenas os tutores dos animais, mas a própria profissional.
Um dos pacientes atuais de Tainah é o galo William. Há um mês, ela tem realizado sessões de ozonioterapia na ave, que é pet em Campo Grande. O procedimento consiste na aplicação da mistura dos gases oxigênio e ozônio para fins diversos no animal.
“Ele tem uma bactéria ‘fundo de quintal’, comum para aves que ficam em contato com a terra, e essa bactéria está praticamente comendo o pezinho dele. Os tutores já tentaram outros tratamentos, mas agora entrei com o ozônio pela ação antibactericida e cicatrizante, e ele tem apresentado boa resposta”, explica ela ao Jornal Midiamax.

Como funciona a ozonioterapia no galo e em qualquer outro animal?
Segundo a veterinária, o ozônio pode ser utilizado em qualquer tipo de ferimento, pois acelera a cicatrização. “A ferida, na maioria das vezes, vai fechar sozinha. Mas em uma ferida que demoraria semanas ou meses, as vezes eu consigo fechar em uma ou duas semanas com ozônio. Ele dá para as células um suporte de oxigênio a mais para elas se regenerarem”, comenta a profissional, sobre a prática que é regulamentada pelo Conselho Federal de Medicina Veterinária.
“No aparelho, que é um cilindro, eu uso a concentração que eu quero. Posso utilizar para promover desde a uma cicatrização de ferida, até para uma analgesia e tratar dores crônicas gerais, de joelho, de coluna. O ozônio é cicatrizante, analgésico e antioxidante”, detalha Tainah.

Moxa chinesa no galo William
Além da ozonioterapia, o galo também está sendo tratado com aplicações de moxa chinesa. De acordo com a clínica Pro Exotics, que atende pets não convencionais em Campo Grande, a moxa chinesa é uma terapia que aplica calor em pontos estratégicos, estimulando a circulação, fortalecendo o sistema imunológico e favorecendo a cicatrização.
“Essas terapias são seguras, minimamente invasivas e podem ser associadas a outros tratamentos para otimizar a recuperação do pet”, afirma a clínica. No caso da moxa, ela consiste em queimar uma erva seca logo acima ou, às vezes, diretamente sobre a pele do paciente. Veja:
Acupuntura, homeopatia, fitoterapia chinesa e outras técnicas terapêuticas em animais
A veterinária conta que já atendeu calopsitas, coelhos e vários outros animais de estimação exóticos e comuns, sempre com tratamentos alternativos, na maioria das vezes embasados pela medicina chinesa. Mas os métodos não se limitam à moxa e à ozonioterapia. Tainah também faz acupuntura, homeopatia e fisioterapia nos pacientes, dependendo da necessidade de cada um.
No caso da acupuntura, a médica destaca que não aplica o método apenas para relaxamento dos animais. “Eu coloco microagulhas em lugares estratégicos nos pacientes, geralmente eles não sentem, não reclamam. E essas agulhas causam uma microlesão em terminações nervosas, que estimulam sistema endócrino, sistema imunológico, nervoso”, ressalta.
Pensando em bem-estar animal, a acupuntura costuma ser realizada em pets idosos e oncológicos para melhorar a qualidade de vida e em indivíduos que estejam passando por quimioterapia ou que tenham um tumor que não pode ser operado, além de casos específicos diversos.
Quando é o caso, Tainah também faz fitoterapia chinesa nos animais, um tipo de terapia que utiliza plantas para tratar doenças. “Em suma, parte da medicação vem direto da China e é manipulada aqui no Brasil. São medicamentos mais naturais, na medicina chinesa a gente tenta o equilíbrio do corpo, não tratamos apenas o sintoma. Por exemplo, se o animal está com febre, eu não vou tratar só pra tratar a febre, o que está causando essa febre? Vamos tentar descobrir e focar nessa causa”, reforça.

Por que a medicina não convencional?
Formada há seis anos, Tainah descobriu apenas no último ano de faculdade que queria seguir a vertente dos tratamentos alternativos em seus métodos como médica veterinária. Atualmente, ela é uma das poucas profissionais em Campo Grande (MS) que segue essa linha de intervenções curativas e terapêuticas para os bichos.
Para aplicar as técnicas, a veterinária fez cursos de cada método após a conclusão da graduação. O fato de ser uma adepta da homeopatia durante toda a vida a ajudou a entender que era esse o caminho mais compatível com seu trabalho de cuidado com a saúde dos animais.
“Nunca me tratei com medicações alopáticas, até hoje me trato com homeopatia e sei que funciona. Conheci a acupuntura nos animais aqui em Campo Grande, no meu último ano de faculdade. Pedi para fazer estágio e depois não parei mais, fui descobrindo novas possibilidades de tratamento e tenho trabalhado dessa maneira”, conta.
“É uma área nova que as pessoas estão conhecendo agora também. Depois da pandemia deu uma boa melhorada e as pessoas estão se abrindo. Ao invés de apenas medicação, a gente trata com outros recursos. Por exemplo, estou atendendo um pit bull que foi atacado por um tamanduá, que abriu as costas dele inteirinha. Assim como no caso do galo William, estamos tratando com ozônio, mas aqui os ferimentos são muito maiores e mais severos”, finaliza a veterinária.
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