A história do Corcel é um case de sucesso da marca Ford, que assumiu o projeto e o inaugurou em 1968. Além de ser o primeiro carro nacional, equipado com sistema que poupava o motorista de ficar colocando água no radiador a todo momento, tinha outras modernidades como freios a disco nas rodas dianteiras. Assim, milhares de unidades foram vendidas e uma delas, em Campo Grande, está em busca de um novo dono.

O Corcel calcinha azul 1969 está sob os cuidados do motorista de Johnny Maciel, de 29 anos, e fica estacionando na garagem de um imóvel no bairro Aero Rancho, região sul da cidade. “É um carro com motor original 1.4, modelo quatro portas, câmbio quatro marchas, praticamente todo original, um item de colecionador mesmo. Eu falo que é a mosca-branca dos olhos verdes, não se acha por aí”, afirmou ao MidiaMAIS.

Detalhes do corcel que está à venda em . (Nathalia Alcântara/Jornal Midiamax)

Anunciado há três meses, o carro já teve procura, porém, as pessoas oferecem objetos para troca e não dinheiro. “A pessoa que adquirir vai estar fazendo um bom negócio. O carro está andando, eu circulo com ele aqui no bairro, no Centro. O meu amigo tem ele há cinco anos e, neste período, já tive oportunidade de ir com ele para , Anhanduí, cabe toda a família”, disse o motorista.

Nas ruas, Johnny garante que o carro chama muito a atenção e ele precisa sempre responder questionamentos. “É uma relíquia. Por onde anda chama a atenção. As pessoas perguntam o ano, elogiam o carro por ainda estar inteiro, por ser do ano 69 e ainda estar íntegro com 55 anos. Eu já tive uma Belina 79 e um Chevette 84, são carros que são diferenciados mesmo”, opinou.

Andar no carro é sempre ‘momento nostálgico', diz dono

(Nathalia Alcântara/Jornal Midiamax)

O dono do Corcel, o vendedor autônomo Alisson Bento Custodio, de 30 anos, conta que sempre gostou de carros antigos e não perdeu a oportunidade de comprar o Corcel, modelo que os avôs materno e paterno já tiveram. Atualmente, após mudar para Sidrolândia (MS) e fazendo viagens constantes, diz que precisa vender o carro para ele “não ficar parado e estragar”.

“Primeiro eu tive a oportunidade de comprar um Opala e acabei não comprando. Passou um tempo e valorizou demais. Um carro sucateado estava entre R$ 10 a R$ 15 mil e aí passou um tempo e fui pesquisar, quando achei o Corcel. Este é um carro mais popular. Os mais antigos sempre conhecem na família, então, eu comprei, reformei e deixei pronto para sair e andar com ele”, disse Alisson.

Segundo Bento, antigamente, os compradores eram, em sua maioria, taxistas. “Foi um carro muito usado neste segmento, então, teve uma comercialização muito boa neste público também. Os primeiros donos foram taxistas e aí, por uma questão de mercado, ele teve um pouco mais de valor. E nestas andanças acabei achando várias pessoas que possuem histórias com ele, é um momento nostálgico. Só que eu tive que me mudar e, para o carro não ficar parado e acabar se deteriorando, decidi vender”, finalizou.

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