O Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) anunciou o restauro do Forte Coimbra, que fica localizado em Corumbá e é o símbolo da presença portuguesa no Brasil e referência na defesa frente a ataques e invasões estrangeiras. A apresentação do projeto ocorreu nessa terça-feira (2), com a disponibilidade de cerca de R$ 500 mil para contratação e execução.

Ao todo, a estimativa é que a obra custe em torno de R$ 7 milhões, sendo que o valor deve ser captado pelo Governo do Estado, Exército e outras fontes de recurso.

Conforme a comunicação do Iphan, os projetos de restauro foram elaborados respeitando os valores estéticos e culturais das edificações que compõem o forte. Além disso, disseram que as intervenções buscarão melhores condições de acessibilidade, adequações nos banheiros, restauração do piso e cobertura, ampliação dos quatro espaços expositivos, além de novas pinturas nas paredes internas e externas.

Ao falar sobre o assunto, o superintendente do Iphan-MS, João Santos, disse que esta é uma das poucas fortificações brasileiras que teve atuação em confronto bélico, na Guerra do Paraguai, mas, transcende os valores militares.

“O forte tem em seus arredores uma vila de moradores devotos à figura de Nossa Senhora do Carmo, que é a padroeira do bem, onde a comunidade comemora anualmente sua festa religiosa, uma das mais antigas em território sul mato-grossense”, explicou o superintendente. “O projeto que está posto é o resultado do trabalho dos técnicos do Iphan e Exército Brasileiro, em conjunto com a sociedade civil organizada”, afirmou.

A assessora cultural do CMO (Comando Militar do Oeste), do Exército Brasileiro, Kauanna Lourdes Vasconcelos, ressaltou que o restauro deixará a fortificação apta a ser qualificada como Patrimônio Mundial da Unesco, dizendo que tratativas já ocorreram ao longo de 2019 até 2023.

Forte de Coimbra

Forte de Coimbra (Redes Sociais/Reprodução)

Tombado em 1974 e inscrito no Livro do Tombo Histórico, Arqueológico, Etnográfico e Paisagístico, o forte localiza-se no distrito de Coimbra, em Corumbá, na fronteira do Brasil com a Bolívia, e está inserido no contexto histórico das conquistas espanholas e portuguesas. Surge no contexto da fixação de limites entre Portugal e Espanha.

Historicamente, também se insere no episódio da Guerra da Tríplice Aliança, quando foi tomado pelas tropas paraguaias e conquistado pelas tropas brasileiras.

O Forte de Coimbra é um representante da arquitetura militar portuguesa no século XVIII nos sertões ocidentais brasileiros e testemunho da ocupação do território nacional no período de guerras e indefinições.

A fortificação pertence ao Exército Brasileiro e é mantida pela 3ª Companhia de Fronteira, unidade militar da 18ª Brigada de Infantaria de Fronteira/Comando Militar do Oeste.