Um tamanduá carregando um filhote no lombo não é uma cena tão comum, mas, ainda assim ocorre e é um presente para quem vive em Mato Grosso do Sul. Recentemente, o MidiaMAIS inclusive mostrou um flagrante, na matéria: ‘Mãe é mãe’: tamanduá surpreende turistas ao galopar com filhote grande no Pantanal; veja vídeo. Agora, para enriquecer ainda mais este cuidado, o Instituto Tamanduá escolheu Campo Grande para instalar sua sede.

Apaixonada pelo Pantanal e pelos tamanduás, preguiças e tatus, a médica veterinária, bióloga e presidente do Instituto Tamanduá, Flávia Miranda, conta que está presente em Mato Grosso do Sul desde 2005, sabendo que o cerrado e o Pantanal é o refúgio destes animais. Além disso, relembra que viu um tamanduá ainda na infância e hoje se tornou referência mundial no estudo dos Xenarthras, sendo também pioneira no estudo da espécie.

Quem mora em Mato Grosso do Sul pode ver tamanduás nos campos, rodovias e até nas cidades, acreditando que a espécie – uma das mais antigos animais da América Latina – está protegida, porém, não é bem assim.

De acordo com Miranda, que coordena uma equipe em pesquisa científica com as espécies de tamanduás nos biomas Pantanal, Amazônia, Cerrado e Mata Atlântica, e em cativeiro, pioneira nos estudos nas áreas de biologia, ecologia, sistemática, medicina da conservação, genética e educação ambiental.

(Instituto Tamanduá/Divulgação)

“Hoje, além da pesquisa de conservação dos tamanduás, nossas equipes também trabalham no modelo de conservação integrado ao habitat, incluindo projetos de restauração ambiental para garantir um ambiente equilibrado para os tamanduás, tatus e preguiças. A nossa missão é buscar caminhos estratégicos para manter não só as populações saudáveis, mas também preservar os seus habitats, encontrar caminhos para a boa convivência entre as atividades consolidadas nas fazendas e nas cidades”, afirmou.

Nova sede em Campo Grande

A nossa nova sede será um ponto de apoio e estará aberta a todos que queiram conhecer mais sobre o trabalho, com a possibilidade de receber escolas para projetos de educação ambiental, além do espaço aberto para manifestações culturais e claro, para falar e trabalhar pela conservação dos tamanduás, preguiças e tatus.

Flávia em campo. (João Marcos Rosa/Arquivo Pessoal)

O Instituto de Pesquisa e Conservação de Tamanduás no Brasil é uma ONG (Organização Não Governamental), que surgiu em 2005 e tem hoje uma equipe multidisciplinar, que trabalha diretamente com as espécies de Xenarthra brasileiros e seus habitats, junto a experiências em projetos de conservação e parcerias com instituições em diversos países, contribuindo para o comprometimento, integridade e qualidade do seu trabalho em prol da conservação.

A base de campo é instalada na Pousada Aguapé, no Pantanal, em Aquidauana, há mais de uma década, com o projeto Órfãos do Fogo, sendo um ambiente controlado, com recintos e pesquisadores dedicados a recuperar filhotes de tamanduás e reintegrá-los à vida livre.

A nova sede ficará na Rua Paraíba, número 255, com a inauguração prevista para sexta-feira (22), a partir das 18h.