Os observadores de aves, que a cada dia ganham mais adeptos em Mato Grosso do Sul, estão organizando uma ‘passarinhada' e, ao mesmo tempo, um ato contra o desmatamento do Parque dos Poderes, em Campo Grande, no próximo sábado (20). Além da perda de habitat para diversas espécies, falam do conforto térmico, ressaltando que a temperatura lá é 5°C a menos que no Centro.

“Estamos passarinhando aqui em e chegamos nesta sexta (19) em . Neste sábado, não será só uma passarinhada com o percurso no . Vamos estar nestas áreas que pretendem ser desmatadas e fazer um ato contra tudo isto. Vamos em defesa ao parque, por inúmeros motivos”, afirmou ao MidiaMAIS Simone Mamede, presidente do Instituto Mamede de Ambiental e Ecoturismo.

De acordo com Mamede, o grupo deve chegar ao local por volta das 6h e, em seguida, farão o ato em defesa ao Parque. “Queremos demonstrar a quantidade de biodiversidade que vai estar perdendo a sua área de uso, o seu hábitat, e muitas espécies dependem daquele cerrado para a sua sobrevivência. E tem outras questões, de mudanças climáticas que percebemos nitidamente”, disse.

Segundo Simone, é só caminhar pelo Parque dos Poderes e Parque do Prosa, por exemplo, para entender o quanto estes complexos trazem frescor aos campo-grandenses. Entre os motivos estão a qualidade de vida, o conforto térmico, a conservação da biodiversidade, o fato de manter protegida uma área para uso desportivo e cultural e também por ser um dos 30 hotspots de observação de aves da cidade.

“São áreas muito mais arborizadas que o Centro da cidade, então, é só a gente pensar em conforto térmico. A diferença entre a temperatura do Parque dos Poderes e a área mais urbana, no Centro, é de 5°C. E é muito significativa. Os cidadãos de Campo Grande não querem perder o conforto térmico da região”, finalizou.

MPMS quer mudar lei de desmate, dizem ambientalistas

Em petição protocolada na 1ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos de Campo Grande, um segundo grupo de ambientalistas – representantes de uma entidade informal de defesa ao meio ambiente – solicitou à Justiça inclusão como assistentes da ação que discute o desmatamento no Parque dos Poderes.

No pedido, os ambientalistas questionam a atuação do (Ministério Público Estadual) no processo, além da tentativa de alterar Lei Estadual de proteção à área.

“Existe uma lei de 2018 que diz que o Parque dos Poderes é intocável, a não ser em áreas construídas ou em sete pontos previamente delimitados. O Ministério Público tenta fazer acordo que prevê revogar essa determinação para que sejam incluídos outros locais passíveis de desmatamento”, explica Carmelino Rezende, advogado que representa os ambientalistas.