Ex-garçons aprendem receita secreta e inovam ao servir pastel de 23 cm com vinagrete
Enquanto trabalhavam na feira central, ficavam de olho na cozinha e então aprenderam receitas tradicionais, abrindo o próprio negócio
Graziela Rezende –
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Os garçons precisam ficar circulando e entregando a bebida e a comida, certo?! Mas, é com um “olho no peixe e outro no gato” que dois amigos sempre ficaram de olho na cozinha, enquanto trabalhavam na Feira Central de Campo Grande. A intenção era aprender receitas tradicionais, como a do pastel e o sobá, por exemplo. E o que parecia desencontro deu certo, cinco anos depois, com eles usando o ingrediente secreto “do japonês” e abrindo a própria pastelaria, inovando no tamanho e servindo com vinagrete.
Calma que, no decorrer do texto, um deles vai falar qual é este ingrediente que “ninguém imagina” e resulta em uma massa tão saborosa. Mas, primeiro vamos entender como Gerson de Camargo Barbosa, de 28 anos, e Mancilla Flores, de 35 anos, se conheceram…
“Eu comecei a trabalhar na feirona em 2015 e fiquei lá até 2018. Lá eu conheci o Mancilla, que seria meu sócio anos depois. Lá ele foi garçom e depois pasteleiro. A gente acabou se encontrando em um restaurante, cinco anos depois, e decidimos abrir o nosso próprio negócio. Foi aí que lembramos que aprendemos tão bem as nossas funções, inclusive como fazer pastel, que hoje nós somos os fornecedores deste local que trabalhávamos e outros na cidade, como os feirantes da Orla Morena, por exemplo”, contou Gerson.
Ao marcar encontros para conversar sobre o negócio, ambos discutiram inovações e particularidades que queriam. “Eu fui procurar locais no Pioneira, porque moro perto e falei pra ele de um local onde também funcionava uma pastelaria, mas, no ano de 2017. Nós então visitamos e fomos atrás de tudo. Pintamos, investimos em equipamentos, nas mesas, agora que antes eram alugadas e estamos há dois meses e meio, crescendo a cada dia, graças a Deus”, explicou o pasteleiro e microempresário.
Atualmente, os amigos já contam com duas pessoas para ajudar no atendimento. “Como a gente foi garçom e sabemos como funcionam as coisas, prezamos muito pelo atendimento. Eu fico ali no salão, atendendo os clientes e o Mancilla na cozinha. Ele é muito rápido, tentamos entregar em menos de dez minutos o pedido. E temos o diferencial do tamanho do nosso pastel, que é 23 centímetros, com o vinagrete, a R$ 9,99. A maioria dos locais é menor, de 20 centímetros no máximo”, argumentou Camargo.
Por enquanto, Gerson diz que está ajudando no delivery na região. “Está bem corrido, mas, a gente agradece, no começo é assim mesmo. Nós abrimos diariamente às 18h e vamos até às 23h. Só aos domingos mesmo é que começa às 8h e vai até às 11h e depois retornamos mais tarde. Nesse domingo mesmo já tinha gente na porta esperando abrir. E no outro dia a gente pula cedo, seis e meia da manhã, para já começar a fazer a massa, deixar descansando e entregar”, falou.
Atuando em uma rua gastronômica, que é a Ana Luiza de Souza, no bairro Pioneira, Mancilla fala que é um desafio, mas, que está gostando muito. “A gente preza pela rapidez e pela diversidade de sabores. Nosso cardápio inicial é de carne, queijo, pizza, carne com queijo e alguns doces, como romeu e julieta e chocolate com avelã, porém, devido a pedidos de clientes, já vamos acrescentar em breve os sabores de carne seca, calabresa, bacon e beijinho”, contou.
Sobre a massa, a reportagem até tentou pegar a receita completa, mas, Mancilla garantiu que repassa e explica para quem for pessoalmente ao local e se interessar. “Precisa ter a quantidade certa dos ingredientes, verificar a temperatura da água. É algo que fui aprendendo aos poucos. A gente sempre chegava mais cedo e aí o japonês, que era meu patrão, gostou do meu trabalho e me ensinou. Hoje ele até mora em São Paulo. Eles não saem ensinando assim, não é tão simples”, relembrou.
‘Ingrediente secreto é uma dose certa de pinga’, diz pasteleiro
Na ocasião, Mancilla fala que o ingrediente secreto é uma dose certa de pinga ou até cerveja. “A massa ganha um diferencial e estes ingredientes a pessoa nem sente no sabor. Eu fui estudar a massa mesmo, principalmente quando fiquei um tempo sozinho. Tem um jeito de passar no cilindro, tem um realçador de sabor e ela é até meio amanteigada. Mesmo tendo a receita e pinga, existe o segredo da massa”, brincou.
Por fim, ambos falam que é uma tradição do campo-grandense comer pastel. “As pessoas gostam, principalmente aos finais de semana. E aí vamos sonhando junto, em aumentar a nossa pastelaria e, quem sabe, um dia ter franquias da Império e aí a gente só faz a massa e entregamos aos nossos franqueados”, finalizou.
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