A descoberta da gravidez ocorreu em dezembro e, meses depois, o ultrassom revelou a chegada de um menino. Assim, devotos de Carlo Acutis, a dentista Maria Carolina Coelho Strogueia, de 26 anos, e o analista de sistemas Patrick de Alcantara Strogueia, de 31 anos, logo decidiram fazer uma homenagem, escolhendo o nome do Santo para o fiho. Meses depois, a notícia da canonização surgiu como uma grata surpresa, já que eles o consideram como um intercessor e responsável por tantas bençãos.

“Nós acreditamos que ele foi sim um intercessor em nossas vidas, nos conhecemos por este motivo. E aí descobrimos a gravidez em dezembro. A gente nao fez chá revelacao e escolhemos um momento íntimo, entre o casal, com a descoberta do sexo por ultrassom mesmo. E todos da família já sabiam que, se fosse menino, seria Carlo. Mas, mesmo assim, quando contamos todos ficaram muito alegres e emocionados”, afirmou Maria ao Jornal Midiamax.

Conforme a dentista, ela e o esposo são muito devotos do Santo, além da mãe e sogra dela. “A minha devoção, em particular, começou no ano de 2021, quando entrei para o apostolado da paróquia São Sebastião, que é a do Carlo Acutis. “Eu já conhecia a história dele, já conhecia o menino Matheus, do milagre, mas, eu não tinha muita familiaridade. Ou seja, conhecia, mas não era tão a fundo, então eu comecei a pesquisar, comecei a ver mais o trabalho do apostolado. Carlo ainda nem era beato nesta época”, relembrou.

Desta forma, Maria conheceu o marido por conta do apostolado. “Foi depois que eu entrei que o conheci, então eu tenho um carinho muito grande pelo Carlo. Ele me trouxe muitas pessoas maravilhosas e sinto que é um amigo que a gente tem por perto. Quis fazer esta homenagem ao Carlo, desde que eu e o meu marido noivamos, a gente conversava sobre. E como nós dois temos a mesma devoção, a gente já sabia que o nosso primeiro filho teria este nome”, argumentou.

‘A gente já sabia que o nosso filho teria o nome Carlo’, diz mãe

Casal fez homenagem dando ao filho o nome do Santo (Guilherme Molento/Arquivo Pessoal)

Pai pela segunda vez, Patrick conta que a devoção ao Carlo começou no ano de 2012, quando ele começou a frequentar a Paróquia São Sebastião. “O padre Marcelo já tinha a devoção e aí, no ano de 2013, me lembro de um congresso eucarístico no qual participei. E teve a história do milagre em Campo Grande e participei de uma das missas, não sei se naquela do dia do milagre, mas, enfim, já conhecia a história do Santo há um bom tempo”, comentou.

Conforme o devoto, Carlo sempre teve uma “fama de santidade” e, mesmo sendo um “menino de condição financeira alta”, era muito caridoso e buscava ensinar sempre que podia, além de gostar da área de tecnologia.

“Ele então acabou criando o site, neste intuito, ligado a religião e se manteve firme na fé dele, enfim, dando o exemplo do que é santo. Tudo isso me chamou a atenção e, a partir daí, a gente cria a devoção. Posso dizer que já fiz várias novenas dele e fui atendido várias vezes, principalmente porque o exemplo dele é algo que arrasta, que move e que tem chamado tanta atenção no mundo inteiro”, opinou.

Conforme Patrick, conhecer a esposa na paróquia e fazê-la entrar no apostolado foi um benção, que remete ao Carlo. Agora, previsto para agosto, se tornam uma família com a chegada do Carlo Coelho Strogueia.

“A gente tem em comum esta grande devoção ao Carlos, em forma de agradecimento, de tudo que a gente recebeu pela intercessão dele. E pelo exemplo que ele foi, a gente quis fazer a homenagem ao nosso filho, tendo o onomástico do Carlos. E foi uma grata surpresa descobrir que, neste ano que o nosso filho vai nascer, é o ano que foi anunciado a canonização dele. Isso nos deixou muito felizes, pela família que a gente está construindo, tendo o Carlos como um grande amigo, com certeza”, finalizou.

Primeiro milagre de Carlo Acutis

Corpo de Carlo Acustis exposto do Vaticano (IPA/Sipa USA)

Depois que um milagre foi atribuído a ele, Acutis foi beatificado em 2020. Na época, ele curou um menino de três anos que tinha uma doença rara no pâncreas.

O milagre aconteceu em uma missa realizada na Paróquia São Sebastião, em Campo Grande. Em contato com a família de Carlo na Itália, o padre Marcelo Tenório conseguiu trazer uma relíquia dele, um pedaço do tecido de sua camisa.

Como Carlo Acutis morreu no dia 12 de outubro de 2006, o padre realizava missas com a relíquia do adolescente italiano nesta data anualmente. 

Contudo, com uma doença rara congênita chamada pâncreas anular, o menino não conseguia comer, estava desnutrido e tinha o peso de uma criança de um ano. “O avô veio com o menino, que tocou na relíquia e pediu para parar de vomitar e o milagre aconteceu. A família fez o exame em 2014, que constatou que ele não tinha mais nada no pâncreas. Pegamos os exames e mandamos para postulação da causa, em Roma”, contou à época o padre Marcelo Tenório.

Assim, a técnica de enfermagem Luciana Lins Vianna, de 40 anos, é mãe do menino e conta que se surpreendeu com o pedido. Como ele ainda era muito pequeno, ela não imaginou que ele fosse pedir a cura para a doença. “Ele pediu espontaneamente. Neste mesmo dia, ele voltou a comer”, contou.

Em homenagem a Acutis, uma outra família nomeou um residencial com o nome do beato, agora santo.

Seu corpo está exposto no Santuário do Despojamento em Assis, no centro da Itália. Em bom estado de conservação — o Vaticano afirma que os restos mortais de Carlo Acutis foram “recompostos”, mantendo o corpo do jovem bastante preservado.