Alunos do curso de audiovisual, da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), em Campo Grande, estão levando o Cineclube ao presídio semiaberto feminino. O projeto começou neste mês de junho, com duas sessões semanais, em que elas assistem aos filmes, recebem alimentação e depois participam de debates.
“A escolha pelo estabelecimento penal surgiu de um projeto de pesquisa, que já tinha se iniciado na universidade com a professora Daniela Siqueira. Ela tinha um projeto de extensão e nossa coordenadora, Geiciane Feitosa, inscreveu e conseguiu o recurso da Lei Paulo Gustavo, para promover o cineclube. É uma experiência legal que estamos participando e está tendo uma aceitação legal do poder público, em relação ao que a gente propôs”, argumentou o mestrando em comunicação, Lukas Elioenai do Nascimento, de 28 anos.
Segundo Nascimento, a intenção é exibir filmes brasileiros e deixar as detentas a par do cinema nacional. “Quando chega para esta população geralmente é filme americano, da indústria hollywoodiana e talvez queremos outro gênero, talvez a comédia e terror, por exemplo. Com um cinema em plano periférico e com atores e atrizes que não tenham corpos hegemônicos e que se identifiquem com os personagens”, argumentou.

Até o momento, duas sessões já foram exibidas. “A princípio, foram excelentes. A sala é pequena, mas, encheu. Serão às quartas e sábados, de forma periódica, dependendo da demanda, porque elas também tem as responsabilidades de trabalho, mas, é interessante ver como começam o debate e vão criando essa intimidade com o cinema, adquirindo mais desenvoltura para poder falar sobre as coisas”, finalizou.
O projeto começou a ser executado neste mês e deve seguir até julho, exibindo filmes de vários circuitos e períodos do cinema brasileiro.
Leia também: