Plaquinhas com informações aos usuários, como chave Pix e outros dados que facilitam pagamentos, além de instruções importantes para as corridas, já viraram moda entre os motoristas de aplicativo em Campo Grande (MS).

De vez em quando, alguns condutores inovam nos recados escritos nesses avisos, como é o caso de Raquel Stroppa, motorista de 50 anos que roda nas ruas da capital sul-mato-grossense. Divertida e de bem com a vida, ela ousou ao inserir em seu cartaz um aviso bem íntimo direcionado a seus passageiros: terminem a fofoca, senão passo mal.

“Ao iniciar uma fofoca, um caso ou um desabafo, favor concluir antes de terminar a corrida. A motorista é curiosa e passa mal se não souber o final da história”, diz a placa no carro de Raquel, além dos dados para quem quiser fazer pagamento antecipado e de forma online.

Em conversa com o Jornal Midiamax, a motorista de aplicativo conta que a plaquinha não é meramente ilustrativa. “Ela me representa 100% rs, inclusive foi feita exclusiva a pedido meu!!”, revela.

Conforme a motorista, a frase estampada no veículo teve um motivo bem contundente: “o fato de não aguentar mais voltar pra casa final do dia com um monte de histórias pela metade sem saber o final”, diz ela aos risos.

Se tem placa, tem história. Ou não?

E é claro que o recado ousado gerou polêmica. “A reação dos passageiros de imediato é uma gargalhada e, de certa forma, essa também foi uma das intenções de eu ter colocado essa plaquinha, pra quebrar o gelo/silêncio entre passageiro e motorista. E funcionou perfeitamente”, comenta.

Se tem placa, tem história. Ou não? “Simmmm, várias”, confirma Raquel, que complementa: “Recentemente, um passageiro entrou no carro todo sério, formal, aí do nada começou a rir. Eu já imaginei (ele leu a plaquinha) rs. Aí ele disse: ‘aaahh, Raquel eu tenho um caso, mas não posso te contar (que raiva) porque ele ainda não teve um desfecho, mas é um caso pesado que envolve, traição, sexo selvagem, dinheiro e religião’. Nossa! Aí sim eu fiquei curiosa”, conta a motorista.

“Ele desceu do carro e não me contou, pegou meu número de celular e disse que o dia que o caso tivesse um fim ele me mandaria um áudio contando. Estou até hoje esperando!!”, lamenta.

Plaquinha no carro de Raquel - (Foto: Arquivo Pessoal) placa motorista
Plaquinha no carro de Raquel – (Foto: Arquivo Pessoal)

Vida de motorista

Raquel trabalha como motorista de aplicativo há seis anos em Campo Grande, sendo que durante cinco esta foi sua única fonte de renda. Ela confessa que começou a dirigir simplesmente por curiosidade.

“Eu gosto muito de dirigir, de interagir com pessoas e de ganhar dinheiro também. Eu tinha o carro, havia saído recentemente de uma empresa onde eu trabalhava. Lembro que na época estava recebendo seguro desemprego ainda e pensei: vou ficar no app até encerrar o seguro e volto pro CLT. Tomei gosto pela coisa e nunca mais voltei a trabalhar pra ninguém. De fato, eu gosto do que faço”, relata.

Mas nem só de alegrias vive uma motorista de aplicativo. Ao MidiaMAIS, ela recorda a pior situação que já enfrentou em anos dirigindo. “Um passageiro que embarcou numa sexta-feira, 10h da manhã, bêbado, e tentou me agarrar a todo custo. Foi uma função me livrar dele, mas deu tudo certo!”, detalha.

Porém, as situações que a fazem ter mais vontade de continuar nesse ofício se sobressaem. “Acontece muito do passageiro estar passando por alguma situação de tristeza ou coisa parecida, você acaba virando psicóloga e deixa uma palavra de conforto e consolo, a pessoa chora, sai do carro e te agradece”, conclui Raquel, agradecida pela profissão.

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