Arara mutante flagrada em MS tem origem incerta e só exames podem atestar condição

Instituto Arara Azul afirma não ter nenhum registro semelhante e presidente acredita que apenas exames realizados fora do Brasil possam identificar mutação

Ouvir Notícia Pausar Notícia
Compartilhar
arara mutação
Flagra foi feito na cidade de Bandeirantes, em MS – (Fotos: Suélen Vian)

Flagrada em Mato Grosso do Sul, uma arara diferente tem chamado atenção por sua coloração de aparência desbotada. O animal incomum foi avistado na cidade de Bandeirantes, localizada a 72 quilômetros da capital Campo Grande, e a condição responsável por ocasionar sua “descoloração” ainda é um mistério.

As imagens da arara, provavelmente da espécie canindé, foram divulgadas pela moradora Suélen Vian e replicadas no perfil “MS Nosso”, no Instagram.

Imediatamente, internautas iniciaram as especulações sobre qual seria a causa da mutação na ave. Entre os maiores palpites estão o leucismo (ausência de pigmentação), o albinismo (indivíduos totalmente brancos que não possuem melanina) e o flavismo (perda parcial da melanina, quando ainda pode ser ser observada um pouco da cor original da ave).

No entanto, nenhum órgão responsável, ONG ou instituto animal capturou a espécie da natureza para avaliações precisas. Desse modo, a origem do “desbotamento” desta arara segue incerta.

Arara com mutação surgiu acompanhada de uma arara-canindé de coloração normal - (Fotos: Suélen Vian)
Arara com mutação surgiu acompanhada de uma arara-canindé de coloração normal – (Fotos: Suélen Vian)

Bióloga e pesquisadora de araras comenta o caso de mutação

Consultado pela reportagem, o Instituto Arara Azul, com sede em Campo Grande (MS), afirma não ter nenhum registro semelhante, e acredita que apenas exames realizados fora do Brasil possam desvendar e dar um laudo exato sobre a causa da anormalidade.

“Eu não trabalho com esse tipo de mutação, mas esse é o resultado de uma mutação [genética] que ocorreu com esse indivíduo, provavelmente com uma arara-canindé. E essas mutações [genéticas] levam a diferentes variações na coloração. Esta, à priori, me parece um flavismo. Mas, não podemos afirmar nada sem fazer exames laboratoriais”, explica Neiva Guedes, bióloga, pesquisadora e presidente do Instituto Arara Azul.

Ver essa foto no Instagram

Uma publicação compartilhada por Nosso MS (@msnosso)

Neiva comenta ainda que chegou a consultar outros pesquisadores e até criadores de araras sobre o animal avistado, e todos tiveram uma resposta unânime: “Pra afirmar qualquer coisa, só com exames laboratoriais. E me parece que exames para identificar esse tipo de mutação, só no exterior. E nem sei se seria rápido”, acrescenta a bióloga.

Para ela, a ave atípica é provavelmente o resultado do cruzamento de uma arara-híbrida (já da mistura entre espécies e com cores diferentes), com uma arara-canindé.

“Mas, pra dizer qualquer coisa, se é flavismo, leucismo, albinismo, ou outra coisa qualquer, somente com exames. Eu só tô vendo uma foto e, só com fotos, sem exame, fica no achismo. E eu não trabalho com achismo”, finaliza a pesquisadora.

Ver essa foto no Instagram

Uma publicação compartilhada por Neiva Guedes (@neivaguedes_)

💬 Fale com os jornalistas do Midiamax

Tem alguma denúncia, flagrante, reclamação ou sugestão de pauta para o Jornal Midiamax?

🗣️ Envie direto para nossos jornalistas pelo WhatsApp (67) 99207-4330. O anonimato é garantido por lei.

✅ Clique no nome de qualquer uma das plataformas abaixo para nos encontrar nas redes sociais:
Instagram, Facebook, TikTok, YouTube, WhatsApp, Bluesky e Threads.

Conteúdos relacionados

papai noel mergulhador bioparque
parada natalina campo grande
jurema ramiro onça 2]