A rua Marechal Cândido Mariano, sentido bairro, é um shopping a céu aberto quando se fala em móveis e objetos usados, em Campo Grande. Muitas vezes, as opções não ficam só dentro das lojas e são expostas na calçada para os clientes verem… é aí que veio uma dúvida: quais são os cacarecos que ninguém quer comprar? Aliás, tem cacarecos ou tudo se vende? As respostas foram surpreendentes!
Dos cinco lojistas visitados e entrevistados pelo MidiaMAIS, a resposta foi quase unânime: quase nada fica emperrado. Novos, seminovos ou usados, manchados ou com algum sinal do tempo, sempre tem alguém que quer, especificamente, aquele objeto. Mas, é claro, passou de seis meses tá muito tempo “estacionado” ali e vamos dar uma “ajudinha” para, quem sabe, encontrarem novo destino.
Rádio de carro de fita… retrô ou atemporal?
Para a turma do retrô encontramos inúmeros toca-fitas. Um deles de carro, da marca Fiat. Imagine voltar ao tempo e colocar fitas no carro para ouvir? Pois é, tem quem curta e pague por isso. O rádio custa em torno de R$ 150. No caso de CDs, tinha para instalar no carro também, donos de Palio no caso.
“Eu trabalho aqui há cerca de 20 anos. Fui criada aqui dentro e minha filha de 10 anos também está sendo criada aqui. Tudo que coloca vende e vende rápido. Um ou outro que demora mais, cinco, seis meses. No caso aqui da loja são os rádios de carro que estão há um tempinho, além de umas máquinas de costura sem o pé“, contou Magda Medeiros dos Reis, de 35 anos.
Recentemente, ao comprar a mobília completa de uma casa, ela conta que pegaram copos, garfos, roupas, sapatos, brinquedos e até vaso sanitário para vender. “Já vendemos quase tudo. Ficou pouca coisa e as roupas fizemos doação. Coisa quebrada só que não vende de jeito nenhum. O resto, sai tudo. O vaso sanitário, por exemplo, foi rapidão. Vendeu esses dias”, comentou.
‘Pedaço’ de manequim… tem saída?
O vendedor Virgílio Moura, de 45 anos, comenta que atua no ramo há 24 anos. “Tudo se vende, dificilmente fica algo emperrado aqui”.
No entanto, foi só buscar na memória que ele correu pro fundo da loja e achou o manequim pela metade. “Ah verdade, tem esse aqui. Nós compramos estoque e vendeu tudo. Ficou só esse da cintura para baixo. Está R$ 70, quem sabe ele sai logo”, comentou.
Ao contrário, Virgílio mostrou uma bicicleta pendurada, em destaque na loja.
“Essa é o oposto. Todo mundo quer comprar e o dono não vende. Já ofereceram até R$ 5 mil. É uma bike super pesada, de ferro, alemã, de uns 60 anos. Mas é assim, bastante movimento. Sempre tem alguém interessado em algo”, ressaltou.
Toca disco ‘emperrado’ há anos
Atravessamos a rua, já na quarta loja e encontramos o também vendedor, Richard Galhano, de 32 anos. Ele nos mostrou um toca disco antiquíssimo, guardado ali e que ninguém compra desde que ele passou a trabalhar no local, há dois anos. “Acho que neste caso é só colecionador mesmo para se interessar. É um toca-disco enorme”, brincou.
No entanto, Richard soltou a máxima. “Tem cliente específico pra tudo. Eu lembro que, quando entrei aqui, vi um criado mudo enorme, com alguns danos. Uma pessoa veio, pagou à vista e disse que era exatamente do jeito que ele queria. Ou seja, todo produto tem o seu cliente. Agora, no caso do toca-disco, está ali, com o seu espacinho já garantido. Uma hora ele sai”, disse.
TV ‘tubo’ e liquidificador industrial
Na quinta loja, a empresária Ariadne Calisto, de 65 anos, estava guardando um TV “tubo” quando a encontramos. “Essa aqui estava levando para mostrar para uma pessoa. Mas o que está há mais tempo aqui é este liquidificador industrial. Um novo dele está R$ 2,2 mil. Vi ontem na internet. E antes eu estava vendendo por 950, baixei para 650”, explicou.
No entanto, até o momento, as pessoas se interessaram em levar somente o “copo”. “Se eu vender só uma parte aí que vai ficar emperrado. Eu não aceitei. Ele estava funcionando perfeitamente, então, só vendo completo. Mas é igual aos outros. Só não vende uma ou outra coisa. O resto tudo vende e vende rápido”, finalizou.
E você, tem algum cacareco que você gosta e está pensando em vender? Ou não vende por nada? Conte pra gente!
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