Oitenta e quatro anos e nove meses de uma vida que começou em 1938, nos da América. De lá para cá, a paixão por fotografia e relacionamentos trouxeram James Russell Mcgill Jr. duas vezes ao Brasil. Nesta última visita, o que seria breve se estendeu por mais de 25 anos e o fez morar em , e mais recentemente em Campo Grande, a capital de Mato Grosso do Sul. No entanto, mesmo falando pouquíssimo em português, é no Hospital São Julião que o norte-americano cativou os funcionários com seu jeito caricato e histórias incríveis.

James deu entrada no local no dia 24 de novembro, já com diagnóstico de Erisipela, que é um processo infeccioso da pele, que pode atingir a gordura do tecido celular, causado por uma bactéria que se propaga pelos vasos linfáticos.

Dias antes, no dia 19, deu entrada no HRMS ( Regional), relatando que sofreu um trauma no membro inferior e passou a perceber vermelhidão, calor e dor no local, além de ter febres constantes, até que foi transferido para o São Julião.

Jeito caricato de James cativou funcionários do São Julião

James está prestes a completar 85 anos. (Nathalia Alcântara/Jornal Midiamax)
James está prestes a completar 85 anos. (Nathalia Alcântara/Jornal Midiamax)

“Ele foi até taxado de teimoso em alguns momentos, principalmente por não querer tomar alguns remédios no horário certo, mas, logo se tornou uma atração pelo jeito caricato. Tem um bom relacionamento com os médicos e entendeu a importância de tomar a medicação no horário certo. A alta médica está prevista para esta segunda-feira (11)”, afirmou ao MidiaMAIS uma das assistentes sociais do São Julião, Bianca Forraciolli.

Durante apuração sobre James, Bianca descobriu que ele foi casado três vezes, sendo que residia em Figueirão com a última esposa. Morou também em Coxim, região norte do Estado, e mais recentemente, em . Sem família por aqui, conta com o apoio do amigo Martin, que também é estrangeiro e o acolheu em sua casa, bem como os seus cinco cachorros e uma gata. Na entrevista, inclusive, James se emociona quando fala dos seus pets.

Assim que sair da unidade hospitalar, fala que o seu desejo é reencontrar os animais e retornar ao exterior, onde pretende visitar a filha, o genro e duas netas.

James contando suas histórias. (Nathalia Alcântara/Jornal Midiamax)
James contando suas histórias. (Nathalia Alcântara/Jornal Midiamax)

No entanto, ainda conforme o que foi apurado pela assistência social do hospital, ele teria outros filhos também. Na rotina do hospital, ao contar suas histórias, faz a equipe médica, principalmente, darem muita risada.

Entre os temas, relata que já teve um cavalo quarto de milha, que já atuou como fotógrafo profissional em Georgia e conta registros que fez com suas “câmeras Nikon”, onde fazia criações, além de se qualificar como sendo um comediante.

James diz que admira brasileiros: ‘Não deixam de sorrir'

“Acho que o Brasil tem muitas qualidades. O povo brasileiro aqui é muito diferente da américa, os brasileiros tem um charme, um certo tipo de felicidade e não importa se a vida não está boa, eles não deixam de sorrir. E eu também sou comediante e vou para outro mundo quando estou mergulhado nisso”, contou James.

Praticante de yoga há cinco décadas, James diz que sempre se importou com a saúde, mas, confirma que “achou chato” ficar tomando antibióticos. “O que eu posso fazer aqui é cuidar da saúde, caminhar e tomar muita água, além de receber as injeções que vão me reidratar, mas, é um processo muito lento. Estou me cuidando porque pretendo ir embora e não vou retornar ao Brasil”, argumentou.

Por fim, James brinca que já que viveu mais que Pelé e Tina Turner, precisa continuar se mexendo. “Eu sou um garoto porque pratico yoga e estou sempre nesta mudança de marchas e indo para fases diferentes, que são melhores as para mim. Mas, sabe qual é o meu segredo? Os meus animais. Eu os amo muito. Tenho um gato incrível que chama Lord Taylor e cinco cachorros. Um deles está velho, só que parece jovem. É o Georgie que vai comigo para a América e as filhas dele, a Shilow e a Nubia”, finaliza emocionado.

Veja a entrevista completa: