Faltam apenas 18 dias para os campo-grandenses viverem uma experiência inesquecível ao som do projeto mais recente de Pitty, na turnê ‘ACN20’, que celebra os 20 anos do lançamento de ‘Admirável Chip Novo’, álbum de estreia da artista.

O Jornal Midiamax conversou com a cantora, que deu detalhes sobre a turnê, que já caminha para seus últimos meses na estrada, e também falou sobre sua expectativa para cantar seus maiores sucessos com os fãs campo-grandenses. Confira!

Como surgiu a ideia de comemorar 20 anos de ‘Admirável Chip Novo’ dando ao álbum uma nova roupagem? Como aconteceu a ideia de atribuir novos ritmos às canções que já conhecíamos no rock?

Então, a gente começou a pensar sobre as comemorações desse disco há mais de um ano, na verdade. E a princípio, a ideia era só fazer uma turnê, uma turnê pequena, que passasse só pelas capitais. Mas a gente foi descobrindo coisas ao longo desse caminho e pensando em incrementar essa comemoração. Pensamos em coisas que ainda não tinham sido disponibilizadas digitalmente, como foi o ‘Espelhos’, que é um EP que está aí nas plataformas com as músicas completas do ‘Admirável Vídeo Novo’. Remixamos com o Jack Endino e disponibilizamos.

E aí a turnê foi se estendendo e começamos a pensar também sobre o disco. Eu não queria fazer só um ‘remaster’ do disco, se fosse pra fazer alguma coisa, que fosse algo mais especial. E aí, conversando com o Rafa, fiquei pensando nessa história: “Poxa, eu tenho muita curiosidade de imaginar como seria se outros artistas, de diferentes estilos, interpretassem e reinterpretassem essas músicas”. E foi daí que surgiu. Começamos a garimpar isso, a fazer uma curadoria pensando em quais artistas e bandas teriam a ver com o projeto, começamos a falar com as pessoas para ver quem estava afim e tal, pensando também em que música iria para cada artista. Quando a gente viu, estava muito mais incrível do que eu poderia imaginá-la no começo. Estou muito feliz com esse projeto!

A música ‘Teto de Vidro’, que abre o álbum, recebeu novos versos e traz uma nova reflexão. Como essa reformulação da canção foi feita e por que a mudança?

Essa reformulação foi feita por vontade do intérprete dessa nova versão, que é o Emicida, porque a premissa básica para todas as pessoas convidadas para esse projeto, era a seguinte: “Eu admiro seu trabalho, eu acho que a gente tem pontos em comum, e se você topar, tá aqui essa música do ‘Chip Novo’ para você reinterpretar, reler, criar em cima, fazer colagem, enfim, tá aqui a música, faça o que você quiser com ela”. E aí o Emicida optou fazer essa colagem, né?! Por ampliar o refrão e colocar novos versos. Outros intérpretes escolheram outros tipos de releitura. E a minha intenção aqui era justamente dar liberdade para que cada artista, cada banda convidada, se colocasse ali. Então, eu interferi ‘zero’ na questão artística. Eu não queria nem escutar antes de sair, pra que realmente cada um tivesse liberdade total e restrita sobre o resultado.

(Reprodução, Stephanie Hahne)

Como os fãs receberam essas mudanças na interpretação do seu álbum e quais suas reflexões sobre este novo projeto?

Os fãs em sua maioria, assim, a maioria gigantesca recebeu muito bem. E não só os fãs do meu trabalho, mas os fãs também dos convidados. Acho que as pessoas ficaram surpresas, de uma forma positiva, porque ninguém esperava isso, ninguém imaginava isso. E a minha ideia era justamente que fosse algo inimaginável, algo absolutamente inusitado, que é o que aconteceu.

Então, também tem isso né?! O inusitado, o que é diferente acaba assustando algumas pessoas, porque nós temos uma tendência, a inércia muito grande de não sair da nossa zona de conforto. O ser humano tem muito isso de querer aquilo que ele já conhece, por ser confortável. Então, quando você oferece uma coisa absolutamente diferente, algumas pessoas têm uma sensação de desconforto por não ser o que ela já conhece. Mas eu gosto dessa sensação! Eu acho que como artista, é justamente importante provocar um pouco desse desconforto e dessa saída da zona segura, para que a gente possa pensar, evoluir e rever coisas, né? Entender o que a gente gosta, o que a gente não gosta ao longo da vida, o que a gente gostava e não gosta mais, o que a gente não gostava e pode gostar hoje.

A minha reflexão sobre esse projeto passa por aí. Na minha vida estou sempre disposta a me rever e a entender, sentindo que eu não sou estática e permitindo que eu seja mutável ou mutante através dos tempos de acordo com o que eu sinto naquele momento da minha vida, com aquela idade, com aquele ambiente à minha volta. Acho que a arte tem papel importante nesse sentido.

Como tem sido a turnê?

Olha, a turnê tem sido absolutamente incrível, muito mais do que eu imaginava, porque, como eu te falei, o primeiro plano era realmente fazer, sei lá, dez shows, em algumas capitais pra marcar a data. Só que foi rolando muita demanda, pintando muito pedido de show em todos os lugares, e os shows lotados, tudo ‘sold out’ e muitos festivais também me convidando. Então, no fim das contas, a gente tá o ano inteiro em turnê e eu não tive fim de semana livre durante a semana inteira, e assim será até dezembro.

Mas a turnê já encerra no começo do próximo ano, mais ou menos por volta de fevereiro/março. Então fica a dica, sei lá, se alguém quiser assistir ao show da turnê de ‘ACN20’, é agora! São as últimas datas que a gente vai ter, porque a gente já passou também pelo Brasil inteiro, a gente foi realmente de norte a sul, o que é uma delícia. Mas a turnê vai acabar e a gente vai fazer alguma outra coisa, que ainda não sei o que é.

(Reprodução, Lucca Miranda)

Em 2022 você faria uma apresentação no Campão Cultural em conjunto com Nando Reis, mas não foi possível devido a um acidente no aeroporto de Congonhas que inviabilizou sua vinda. Agora que temos seu show de turnê confirmado na capital, é claro que a ansiedade dos fãs está redobrada! E você? Ansiosa para apresentar seu novo projeto aos campo-grandenses? Quais as expectativas para o show?

Pois é, essa questão do acidente em Congonhas eu fiquei arrasada porque a gente tava esperando muito esse show e a turnê com o Nando também foi uma coisa muito linda, muito especial. E eu lembro que a gente comentava: “Nossa, a gente vai pra Campo Grande e vai ser demais”. E foi muito triste assumir que não ia dar pra chegar.

A parte boa é que eu tava ali com um parceiro de palco absolutamente incrível e experiente, que segurou a onda lindamente. As pessoas saíram muito felizes do show. Mas agora eu estou indo com a minha turnê e eu também estou com a expectativa grande. Estou feliz de poder retornar e agora com a turnê da ‘ACN20’, então eu acho que vai ser demais!

Serviço

Em Campo Grande, o show da cantora acontece no dia 16 de dezembro, sábado, no Shopping Bosque dos Ipês, que fica na Av. Cônsul Assaf Trad, 4796, Parque dos Poderes.

A abertura dos portões será às 20h. Ainda restam poucos ingressos. Para garantir o seu, acesse o site.