As peças ficaram cinco meses passando pelo processo de criação, tingimento, modelagem, até que Nair Gavilan, de 33 anos, decidiu ir no principal lugar onde se vende erva de tereré: o Mercadão Municipal de Campo Grande. Por lá, a estilista “causou” ao lado das modelos e os biquínis e demais fizeram muito sucesso no corpo das modelos. Já na fase final, as peças agora estão sendo vendidas tanto pela internet quando em eventos de moda e culturais.

“Foram produzidos 15 looks de início. Recentemente, estivemos no Festival América do Sul e quase acabou tudo. Agora, estou me organizado para produzir mais calças. E o detalhe muito interessante é que acrescentei a faixa paraguaia, que é outro elemento cultural do Estado. Ficaram lindas”, afirmou ao MidiaMAIS a estilista.

Modelos mostraram detalhes da coleção, como a faixa paraguaia, que um elemento cultural do Estado. (Nair Gavilan/Arquivo Pessoal)

Segundo Nair, as calças kimono e o macacão são tecidos naturais tingidos com a erva-mate. “Além de histórico, é patrimônio do Estado, independente de idade, a erva-mate está muito presente na nossa sociedade. E quando saímos do estado, fazemos questão de levá-la para fora. Neste tempo, até fiz uma pesquisa nas redes sociais, perguntando sobre a importância do tereré, e muita gente respondeu que ele une gerações, amizades e também traz muitas recordações na vida”, comentou.

Assim, as pesquisas também levaram a estilistas a conhecer muitas músicas sobre o tereré, além de acessórios, entre outros objetos. “E aí também tem a participação da moda autoral. Mas, ao saber que a erva podia dar tom em um tecido, me fez ficar mais curiosa ainda. E aí, desde 2021, eu tenho parceria com a associação de artesãs em Caarapó. São elas que tingem os tecidos. E o resultado é que ficou um tecido até mais macia, com forte da erva. Achei que fosse até assustar os clientes, mas, ao contrário, muitos gostaram”, finalizou.