São poucas opções de comida árabe com valor acessível em Campo Grande, afinal, é uma gastronomia rica em temperos e tempo de preparo. O Cliente Oculto — depois de muita procura — encontrou um restaurante inaugurado recentemente com a opção do shawarma, o “sanduíche árabe” conhecido pela carne suculenta.
O escolhido da vez foi o Kadosh Shawarma, localizado na Avenida Brilhante, na Vila Bandeirantes. Os proprietários recepcionam o cliente já adiantando que abriram as portas há pouco tempo, o que justifica as placas antigas onde ainda indica que o restaurante era uma hamburgueria. Uma placa luminosa sinaliza a nova gerência e tipo de culinária.
Ao entrar, o proprietário pergunta se já conhecem a casa e, em seguida, apresenta o produto que é preparado na frente do cliente. A kafta, a carne usada no lanche, gira do espeto, bem moldada e brilhante. O cheiro é convidativo e exala fisgando quem passa na rua. Seria estratégia dos donos?
O lugar é bem simples, são poucos funcionários. O “churrasqueiro”, se assim podemos dizer, parece ser o proprietário, pois recepciona e apresenta o cardápio indicando que o shawarma mais pedido é o “da casa”, com carne bovina e de frango. No lanche vai batata frita, alface crocante, tomate, picles, cebola, salsinha e creme de gergelim, em volta do pão sírio.
Cardápio
São poucas opções no cardápio, além do “da casa”, há sanduíches vegetarianos, com proteína, um doce e arais árabe, uma alternativa para quem gosta de queijo e a versão mais leve. Os preços variam de R$ 20 a R$ 24.
Voltado como ambiente familiar, não há opções de bebidas alcoólicas no cardápio, apenas sucos de polpa da fruta e refrigerantes para acompanhar no shawarma. Também há sete tipos de caldos a partir de R$ 26, mas não é informado a quantidade. Quem prefere pedir porções, há tábuas de carne, frango e batata frita. Os valores vão de R$ 8 a R$ 38.
Algumas comidas não estão visíveis, estão tampadas com uma fita, deixando o cliente curioso para saber o que mais estaria disponível para pedir.
Atendimento
Como o “churrasqueiro” que atende, o cliente já faz o pedido bem ali, o lanche sai rápido e ágil, chegando no tempo recorde de cinco minutos, nem mesmo o suco estava pronto. Como o Cliente Oculto chegou com fome, a bocada antes da bebida foi inevitável.
Embora o lanche chegasse rápido, o suco demorou em torno de 15 minutos. O sanduíche já estava na metade, sendo necessário parar de comer até que a bebida chegasse na mesa.
Como já dito, há poucos funcionários, portanto, uma única atendentente fica disponível no salão. Na tentativa de fazer um novo pedido, há dificuldade em contato visual. Levantei a mão várias vezes, mas ninguém chegava a mesa, até que tive que levantar e ir até o caixa.
Mas se é um daqueles clientes que entende a falta de funcionários em um estabelecimento, isso não seria um problema. Logo quando o pedido chega à mesa, a atendente esbanja simpatia, sorri, pede desculpas pela demora e solta alguma conversa perguntando se o lanche estava agradável.
Nada ‘instagramável'
Se você é daqueles que vai em um lugar na busca da foto em um ambiente “instagramável”, o espaço pode deixar a desejar. Não há uma decoração do Oriente Médio ou que remeta a comida árabe.
O lugar é bem simples, com paredes em azulejos amarelos, vermelhos e brancos. Há poucas mesas disponíveis, coloridas e uma grande de madeira rústica para ajuntar a galera. Logo, não é um incômodo andar pelo salão e esbarrar em uma mesa, tem espaço suficiente para se locomover bem.
Ao fundo do salão, um pequeno jardim de plantas e um fonte com pedras. Inclusive há plantas espalhadas pelas paredes. O som da água na fonte ecoa pelo espaço, trazendo um ar de tranquilidade. Caixas de som estão disponíveis, mas não tinha música.
Sabor
Mas se você é um daqueles que vai para comer e não para tirar foto, o Kadosh Shawarma é certamente um restaurante que apresenta uma comida para mastigar suspirando. O cheiro faz jus ao que esperar do lanche. A carne é suculenta e muito temperada, o pão sírio é tostadinho e saboroso por si só.
Os demais ingredientes são frescos, dá para sentir a crocância, como a alface e tomate. A batata frita não estava murcha, parece que foi frita em “óleo novo” e salgada na medida certa. Os molhos que regram deixam o lanche ainda mais suculento.
O sanduíche acompanha uma maionese de alho deliciosa. Quem gosta de “chuchar” o lanche com molhos, por exemplo, não se arrepende. O restaurante também serve pimentas de três tipos: a convencional, de pimenta mexicana e de pequi; todas combinam muito bem com a comida.
O suco demorou cerca de 15 minutos para chegar à mesa, quando o lanche chegou em apenas cinco. O copo de 500 ml do suco com água custa R$ 6 e com leite R$ 8. O suco é feito com polpa; por isso, é um pouco aguado, mas não dá para esperar demais de algo que não é feito com a fruta.
Para evitar que escorra o molho enquanto come, o shawarma é servido envolta de um papel de proteção e um plástico, por isso não vai se lambuzar com o molho. O lanche é bem servido, cerca de 7 a 10 centímetros, não consegui comer o sanduíche inteiro.
Doce
Tem apenas uma opção do shawarma doce, servido com pão árabe, bolas de sorvete de creme e o recheio nas opções de brigadeiro, beijinho ou ninho. Escolhi a de brigadeiro, que sabor incrível. Acreditei que a mistura de pão com chocolate não seria uma boa, mas o prato combina muito bem.
O sorvete de creme suaviza o chocolate com o pão, que são doces. A opção custa R$ 20 e serve muito bem duas pessoas.
Ao mesmo tempo, o restaurante oferece como cortesia o abacaxi assado com canela e sem, para aqueles que dispensam sobremesa muito doce.
Localização e redes sociais
Kadosh Shawarma está localizada em uma das principais avenidas de Campo Grande. O restaurante se destaca em meio a outros no endereço, mas está bem localizado. São poucos trechos que permitem estacionar no acostamento, requer paciente do motorista estacionar ou desembarcar passageiros.
Outro ponto positivo é que eles são ativos nas redes sociais, com a disponibilização do cardápio, informações sobre os lanches e a localização. O perfil no Instagram, por exemplo, é movimentado todo dia.
Por fim, o Cliente Oculto voltaria mais vezes para provar outros sabores.
