Hoje é um dia especial para os da cantora Britney Spears, de 41 anos, que lança, nesta terça-feira (24), sua autobiografia intitulada ‘The Woman In Me'. Para quem acompanhou as lutas pessoais, familiares e profissionais da artista, a escancara suas maiores dores, seus medos mais profundos e traz à tona os acontecimentos mais sombrios de sua vida.

E para o casal Alisson Dagher, de 32 anos, e Eduardo Fregatto, de 31, que basicamente teve Britney como cupido no relacionamento, a obra é um grande presente para os fãs que torciam pela recuperação e liberdade da cantora.

Alisson Dagher e Eduardo Fregatto no show de Britney Spears em 2011. (Arquivo Pessoal)

Alisson e Eduardo são casados há um ano, mas a história deles começou em 2011, quando ainda eram acadêmicos na UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul). Os dois faziam a mesma graduação e até tinham amigos em comum, no entanto, nunca nem tinham se falado.

“Quando a Britney anunciou o show em em novembro de 2011, eu decidi comprar o ingresso, mas eu nunca tinha viajado sozinho e nem de avião. Ele também não. Por causa de um amigo comum, nós descobrimos que iríamos no mesmo show, então começamos a nos falar por causa disso, pra termos uma companhia lá”, conta Alisson.

E foi assim que, durante uma viagem especial com os amigos, os caminhos dos dois se estreitaram e o romance engatou de vez. “Em novembro fomos juntos ao show, com esse amigo em comum também. E lá nós ficamos pela primeira vez, não no show em si, mas na viagem. Então a Britney meio que é algo importante na nossa história”, explica.

“Nós dois somos muito fãs dela, então isso sempre nos uniu muito. O show foi muito especial e emocionante”, pontua Alisson. “Ao longo dos anos e do nosso relacionamento, a Britney sempre continuou presente. Cada lançamento de álbum, cada anúncio de tour era algo que nos deixava felizes, e passávamos horas comentando”.

Show de Britney Spears em 2011. (Arquivo Pessoal)

O lado sombrio da vida de Britney

Em uma publicação recente feita no Instagram, Britney Spears revelou que seu livro é uma forma de finalizar algumas questões do passado “para que ela tenha um futuro melhor” e que pessoas que se sentem sozinhas e confusas conseguiam se ‘sentir abraçadas' de alguma forma.

Isso porque seus relatos mostram uma realidade chocante e nunca estampada nas tantas revistas que a cantora posou nos anos 2000.

“A gente sempre soube que havia algo de estranho com a Britney depois de 2007. Ela se tornou retraída, distante, perdeu a habilidade de dançar como antes, sempre parecia desanimada ou triste”, afirma Alisson. Ele ainda explica que, embora soubesse de algumas questões que a cantora enfrentava na época, não fazia ideia de que era tudo muito maior do que os fãs imaginavam.

“Escolhíamos acreditar que eram apenas os traumas e as medicações que ela precisava tomar depois do colapso mental que teve. A gente também sabia que ela era tutelada pelo pai, mas nunca pesquisamos a fundo o que isso significava de verdade”, conta.

O último fato citado por Alisson, inclusive, é uma das polêmicas de maior conhecimento do público, já que em 2021, os jornais e revistas do mundo todo escancaravam as manchetes com dizeres semelhantes a: ‘Britney Spears poderá tomar decisões por si mesma' ou ‘Britney Spears é liberta de tutela do pai após 13 anos'. Isso, de certa forma, também foi uma conquista dos fãs da artista, que se manifestaram de diversas maneiras, a favor da liberdade pessoal e financeira de Britney.

“Em 2019 surgiram os primeiros indícios de que algo estava errado com ela. Na época, quando saiu a primeira denúncia anônima sobre ela estar sendo abusada e internada compulsoriamente, nós corremos pro Exhale (o maior e mais antigo fórum sobre a Britney na internet) e passamos horas lá lendo e comentando as especulações com fãs do mundo inteiro. Então vimos o movimento ‘FreeBritney' nascer, se organizar, acompanhamos tudo, líamos todos os documentos de tribunal, todas as investigações e descobertas”, relembra o fã.

Britney Spears acaricia a liberdade 13 anos depois | Estilo | EL PAÍS Brasil
Britney Spears com a família. (Reprodução)

A importância da autobiografia

Apesar de Britney Spears expor vários de seus sentimentos e acontecimentos de sua vida em vídeos e legendas nas redes sociais, para os fãs, a autobiografia é a oportunidade da cantora contar a sua história, sem intervenções de terceiros. “É algo muito gratificante, eu acho que pros fãs, assim como pra ela, é como uma catarse, depois de tantos anos lutando por essa liberdade”, comemora o fã.

“Nós compramos o livro na pré-venda, mas obviamente ainda não chegou. Então compramos também a versão online e estamos lendo”, conta Alisson. “Agora cedo já lemos quase metade do livro. É muito bom ler tudo na perspectiva da Britney, finalmente, depois de tantos documentários com outras pessoas falando sobre a vida dela”, pontua.

Para o fã, o início do livro é triste, já que a cantora conta as histórias de diversos abusos que envolvem sua família. “Nós temos um carinho muito especial por ela. Deixou de ser só um ídolo e passou a ser uma pessoa que a gente se preocupa, e deseja o bem. Ela sofreu demais e não merecia nada disso. E ela foi muito importante, não só na nossa história como casal, mas também nas nossas vidas”, conta ele.

“Acho que naquele período de adolescência, de descoberta, a Britney foi uma inspiração. Todo o escrutínio que ela recebeu e a forma como ela se rebelou, na própria aparência física e na que lançou na época, é a nossa fase favorita dela”, finaliza ele.