Majestoso, inspirador, fonte de vida e de preservação. São inúmeras as palavras, as causas e os defensores do Pantanal. Neste dia 12 de novembro, data alusiva e em comemoração ao bioma, o MidiaMAIS ouviu relatos e mostra fotos impressionantes de quem visita a região.

O biólogo e fotógrafo Luiz Mendes, de 28 anos, tem o Pantanal como moradia e local de trabalho desde sempre. Nascido em Dois Irmãos do Buriti, onde atualmente reside com a família, fala que o Pantanal o inspirou desde muito pequeno.

“Aqui significa tudo. Primeiramente é o lugar que nasci e cresci. O Pantanal é a minha casa. E foi por conta disto, das belezas, pelo fato de ser encantador, que eu sempre tive este apego com a fotografia, com os animais, tanto é que me formei em biologia, justamente por gostar do que eu vi e tentar compreender um pouco mais, de uma forma mais científica”, argumentou Mendes.

Registro feito no Pantanal sul-mato-grossense. Foto: Luiz Mendes/Arquivo Pessoal

‘Minha próxima geração está crescendo no Pantanal’

Conforme o profissional, que inclusive já ganhou prêmios mostrando a diversidade do bioma e até mesmo a devastação por conta dos incêndios, a região está em evidência e ele sempre é contratado para fazer imagens do Pantanal.

“A fotografia entrou na minha vida desta forma também, então, além de moradia, é inspiração, é o lugar que a gente trabalha, que a minha filha, a minha próxima geração está crescendo e inserida neste contexto. Nós também estamos vendo as mudanças climáticas, o Pantanal vive de ciclos, então, é muito importante a gente cuidar. A Maria Luiza [filha], por exemplo, já tem noção da natureza, do que pode e não pode, e é passar de geração em geração esse encantamento. E mostrar o nosso Pantanal, as belezas, é algo muito bacana e que me inspira todo dia”, ressaltou.

Conforme Luiz, quando ele registra uma paisagem bacana, sente que as pessoas veem aquilo, a energia e a beleza e, com isso, ele também sente um “aconchego no coração”. “Uma das mais recente foi esta que mostra o Pantanal alagado. E faz muito sentido porque a água é que traz a vida para o Pantanal. Ali tinha uma vazante bem cheia, com bastante água e isso renova o ambiente, traz os bichos, traz a vida e aí vemos aves fantásticas, mamíferos, todos os bichos”, finalizou.

Ipê resistindo em meio a triste devastação dos incêndios no Pantanal. Foto: Luiz Mendes/Arquivo Pessoal
Ipê resistindo em meio a triste devastação dos incêndios no Pantanal. Foto: Luiz Mendes/Arquivo Pessoal

Outro profissional que está sempre no Pantanal é Gustavo Figueirôa, de 30 anos. Fotógrafo e biólogo, especialista em manejo e conservação de fauna e atuante em várias expedições e projetos na região, inclusive no momento em que as brigadas atuam em incêndios na região, o profissional possui milhares de registros na região.

Há pouco mais de um ano, no entanto, ele registrou a onça Xingu, muito conhecida no Pantanal, em um momento muito peculiar. A imagem logo viralizou nas redes sociais, mostrando o momento em que o felino olha na direção dele e bebe água. Gustavo atua com onças desde 2014 e ressalta que o animal é muito simbólico.

“Para mim o Pantanal significa o abrigo da vida selvagem, o santuário da vida. É um lugar mágico, onde a gente consegue ver bicho como nenhum outro lugar do país, onde as concentrações de bicho são as maiores do país, então, é um santuário, é algo que luto para preservar com a minha vida, porque é a minha vida, faz parte da minha vida”, opinou.

Foto da onça rapidamente viralizou nas redes sociais. Foto: Gustavo Figueirôa/Arquivo Pessoal
Foto da onça rapidamente viralizou nas redes sociais. Foto: Gustavo Figueirôa/Arquivo Pessoal

O fotógrafo e editor de multimídia, Marcos Ermínio Dias, de 35 anos, atua há uma década na profissão e também esteve algumas vezes no Pantanal, eternizando de antigas balsas a moradores da região. Ao falar do Pantanal, ele o qualifica como um santuário.

“O Pantanal, para mim, é uma espécie de santuário que, por respeito e osmose, digamos assim, faz você mudar o seu modo de vida, mesmo você sendo o mais hi-tech possível”, brincou.

Segundo ele, ocorre algo imediato, quando a pessoa já está passando pelo município de Aquidauana. “Parece que ali você já começa a se tornar uma pessoa que pertence a esta biodiversidade”, comentou.

O também fotógrafo, Lucas Fialho, recentemente passou por um grande susto, quando teve o perfil hackeado nas redes sociais. Na ocasião, ele disse que perdeu milhares de fotos, entre elas registros na região pantaneira.

Uma das mais bonitas, inclusive, se trata de um ipê rosa flagrado no Morro do Paxixi. “Trabalho nesta área tem seis anos e sempre fico muito feliz quando vou ao Pantanal. Para mim, é um dos biomas mais lindos e completos do mundo, nada é tão cheio de vida e repleto de belezas como aquele lugar”, argumentou.

Sobre o ipê rosa flagrado na região, Fialho relembra que a foto foi bem difícil de ser feita, já que o acesso era bem complicado. “Estava bem ruim de chegar lá e eu também estava com medo de perder o drone, de ter algum acidente, mas, graças a Deus deu tudo certo. Valeu a pena ter este registro lindo do Pantanal”, finalizou.

Foto: Lucas Fialho/Arquivo Pessoal

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