O escritor e médico psiquiatra Marcos Estevão dos Santos Moura foi empossado pela Academia Sul-Mato-Grossense de Letras como novo imortal entre os acadêmicos da Casa de Literatura e Cultura. Em cerimônia, o escritor ocupa a cadeira n.º 24, em sucessão ao acadêmico e escritor Francisco Albuquerque Palhano, falecido em dezembro de 2020.

Em seu discurso de posse, Marcos Estevão descreve o poder da arte. “A arte tem o poder de sobreviver às maiores desgraças e fazer delas histórias poéticas, romanescas, pinturas”, aponta. O escritor explica que o entender da angústia do ser humano tem um momento enriquecedor, que é o de “levar à pessoa que sofre o conhecimento de que o sofrimento não é apenas dela e que existe alguém que pode compreendê-la.” Estevão afirmou procurar “ser a alma humana, que além de ouvir, escuta; que além de ver, percebe; que além de redigir, escreve. E escrevo porque sempre convivi com os escritores, visto que à minha mesa de cabeceira eu estendia seus livros”.

Além disso, Marcos Estevão foi saudado pelo acadêmico Rubenio Marcelo e destacou em seu discurso que o novo acadêmico vai somar na academia. “Somar conosco na busca dos ideais das letras e das palavras, honrando os compromissos permanentes com os desígnios da cultura, e especialmente com a Literatura, que é a salvaguarda do pensamento humano”.

Rubenio Marcelo também reforça que a imortalidade do escritor se deve a potencialidade de suas obras. “A imortalidade do escritor não vem com a Academia, mas sim com a sólida potencialidade da sua obra e com a flama vital do seu reconhecido trabalho através dos tempos”.

Ao dirigir a cerimônia, Marisa Serrano, vice-presidente da Academia Sul-Mato-Grossense de Letras ressaltou a renovação que a ASL vem fazendo em seus quadros após a perda de importantes acadêmicos que recentemente passaram a ser saudosos na academia estadual de letras. Para ela, é muito importante “a responsabilidade de novos membros em dar continuidade ao grande respaldo intelectual, cultural e literário do grande acervo de talentos e obras que sempre aqui habitaram a ASL”.

A oportunidade também contou com a apresentação da sul-mato-grossense, escritora e ocupante da cadeira 31 da ASL, Lenilde Ramos, consagrada intérprete e instrumentista.