De Michel Teló a Almir Sater, artistas de MS fazem ‘vídeos caseiros’ para reforçar vacinação
Governo diz que recorre a artistas regionais para aumentar percentual de vacinados, seja primeira, segunda ou até mesmo as doses de reforço
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Artistas regionais fazendo vídeos caseiros e que ressaltem a importância da imunização contra a covid. Esta é a mais nova estratégia da SES (Secretaria de Estado de Saúde) para aumentar, ainda mais, o percentual de vacinados em Mato Grosso do Sul, seja primeira, segunda ou até mesmo as doses de reforço, em todas as faixas etárias.
Segundo o titular da pasta, Geraldo Resende, mesmo com a politização e o negacionismo diante da doença, o Estado teve sucesso no enfrentamento desde o início da pandemia. “Nós poderíamos ter sido o estado mais vanguardista do país, se não houvesse a difusão de número, extraordinariamente grande, de informações erradas, as fake news. É por isso que estamos recorrendo a artistas regionais para nos ajudarem nessa campanha”, disse.
Até o momento, o governo diz que já entrou em contato com a assessoria de Michel Teló e agora vai procurar Almir Sater, Munhoz e Mariano, Jads e Jadson, entre outros nomes. “Vamos ver se contamos com o apoio dele para continuar esse enfrentamento. São grandes nomes e que podem fazer vídeos caseiros e soltar nas redes sociais”, argumentou Resende.
De pandemia para endemia
A reclassificação da covid — de pandemia para endemia — pode fazer Mato Grosso do Sul acabar com algumas restrições sanitárias nos próximos dias. Com o fim da estratégia estadual de acabar com os drives, barreiras sanitárias e o avanço da vacinação, o próximo passo é discutir a eliminação das máscaras, não só em locais abertos com a medida já existente, mas também em alguns locais fechados.
Conforme Resende, no caso de Mato Grosso do Sul, o que se viu é que a covid terá “pequenos surtos”, principalmente em locais onde a vacinação não foi feita a contento e existe uma população mais vulnerável. “Serão pequenos surtos aqui e acolá na população com mais debilidade. Pequenos nichos em algumas cidades”, avaliou.
Diariamente, o secretário diz que as autoridades em saúde trocam informações. “Estamos nos orientando cada vez mais. Uma das discussões que tenho feito, por exemplo, é com o infectologista Júlio Croda que, além de ser um amigo, é uma pessoa muito conceituada e que tenho um respeito muito grande. Diante a todo este cenário, vamos discutir as medidas de flexibilização aqui, entre elas o uso de máscaras. Aqui já não é algo obrigatório em lugares abertos. Outros estados, inclusive, estão tomando essa decisão agora e isso nós fizemos desde o ano passado”, ponderou.
Dois anos de contaminação, um ano de vacinação
No dia 18 de janeiro de 2021, por volta das 15h10, o avião da FAB (Força Aérea Brasileira) pousava em Campo Grande trazendo esperança aos sul-mato-grossenses. Com 158.766 doses da Coronavac a bordo, começava ali o capítulo mais esperado da pandemia: o início da imunização contra o vírus que cruelmente tirava a vida de centenas de moradores.
O boletim epidemiológico de MS daquela segunda-feira, 18 de janeiro, registrava 2.686 óbitos da doença e, de maneira emergencial, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) liberava a vacina do laboratório Sinovac, em parceria com o Instituto Butantan, para iniciar a campanha de imunização. Assim que as doses desembarcaram em Campo Grande, a SES (Secretaria de Estado de Saúde) iniciou de imediato a distribuição aos municípios.
No mesmo dia, as primeiras doses foram aplicadas no HRMS (Hospital Regional de Mato Grosso do Sul). Os primeiros a receberem a sonhada ‘furadinha’ no braço foram profissionais da saúde, uma idosa institucionalizada em asilo e uma senhora indígena: o médico Marcio Estevão Midom, de 44 anos; a indígena terena Domingas da Silva, de 91 anos; Maria Bezerra de Carvalho, de 84 anos, que vive no Asilo São João Bosco; e a auxiliar de enfermagem Sandra Maria de Lima.
Atualmente, MS tem 90% do total da meta vacinável, com mais de 5,3 milhões de doses aplicadas.
Fim da pandemia?
Mato Grosso do Sul atingiu mais de 90% da meta vacinável, no dia 23 de fevereiro, e caminha para tratar a Covid-19 como uma doença endêmica, algo que inclusive já é discutido em outros estados brasileiros e países do exterior. Atualmente, o novo coronavírus é considerado uma pandemia, quando a doença é encontrada em mais de um continente, com transmissão comunitária.
“Nós tivemos a meta atingida e estamos discutindo com diversos gestores. Neste momento, temos especialistas apontando que doença deixará de ser pandêmica para endêmica, assim como é a influenza e outras doenças virais. Desta forma, a covid vai estar dentro do calendário de vacinas, como algo regular”, explicou ao Jornal Midiamax o titular da SES, Geraldo Resende.
De acordo com Resende, a “demanda decresceu substancialmente”, não só no Estado, mas, em todo o país, porém, o momento ainda é precoce para discutir a retirada de medidas restritivas, como a máscara e outras medidas de biossegurança.
Pandemia X endemia
Uma pandemia é decretada quando o surto ou a epidemia passa a ser encontrado em mais de um continente e com transmissão comunitária, não sendo mais possível o rastreamento das pessoas infectadas. O mundo já registrou várias pandemias, como a Peste do Egito, Peste Negra e Gripe Espanhola.
Já a endemia é o nome dado a um fator que interfere negativamente na saúde de uma população, como uma doença que pode ser ou não contagiosa ou até mesmo violências que já se tornaram comuns em determinadas regiões. A endemia, no entanto, não está relacionada a uma questão quantitativa.
Uma doença endêmica é aquela que se manifesta com frequência em determinadas regiões, geralmente provocada por circunstâncias ou causas locais. Ou seja, a população convive constantemente com a doença. Um exemplo disso é a varicela que, em muitos países, tem casos registrados anualmente. Ou a malária, que em partes da África e do Brasil é uma infecção considerada endêmica.
Por aqui, ainda consideramos endêmicas doenças como a dengue e a febre-amarela, que provocam surtos em determinadas regiões todos os anos.
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