A alta recente no preço dos alimentos básicos da nossa alimentação está sendo responsável pela fortificação de um costume, ainda não muito difundido entre os campo-grandenses, a troca do ‘fazer a comida’ por ‘comprar a comida’, que nada mais é do que, pensando na economia de dinheiro e tempo, deixar de cozinhar para comprar marmitas.

Uma dessas pessoas é Elizabeth Vanuchi que, juntamente com seu marido, colocou na balança os benefícios e malefícios da troca e há cerca de um mês decidiu deixar de preparar as próprias refeições para comprá-las prontas em um restaurante da Capital.

Segundo Elizabeth, nos cálculos finais, a decisão seria mais econômica do que comprar e fazer a própria refeição, além é claro, do tempo. “A gente fez alguns orçamentos antes de decidir trocar. Hoje gastamos R$ 25,00 para dia para almoçar e jantar, o que dá mais ou menos um gasto de R$ 6,00 para cada refeição”, conta ao explicar que o valor é suficiente para almoço e janta dela e do marido.

Ela conta que os dois começaram a pensar no assunto após as constantes altas os preços dos alimentos e das carnes. “Eu moro próximo a um mercado que já é conhecido pelos preços altos, íamos comprar poucas coisas para alguns dias e gastávamos R$ 100,00, quase o mesmo valor que gastamos para comer a semana toda”.

Se levarmos em consideração os valores de R$ 25,00 por dia para quatro refeições, os gastos seriam de R$ 150 por semana, o equivalente a R$ 6,25 em cada refeição.

Variedade das refeições também se tornou um dos atrativos. (Foto: Marcos Ermínio/Midiamax)

 

Além da conta, outro fator crucial para a decisão foi tempo. Elizabeth explica que apesar de trabalhar em casa, fica ocupada o dia todo, o marido trabalha fora e não tem um horário de almoço muito grande. “Querendo ou não só para fazer um almoço é cerca de 1h”, disse ela. “Ir lá só para retirar e comer é muito melhor”, brincou.

E Elizabeth não está sozinha nesse universo, ao menos é o que comenta a proprietária de um restaurante de restaurante localizado na Vila Planalto, Roselaine Dias.

De acordo com a proprietária, as vendas de marmitas para pessoas que decidiram para de cozinhar aumentou nos últimos meses. “Claro que temos a pandemia, então de uma maneira geral as vendas caíram, mas esses clientes, que compram para não cozinhar aumentou”, comentou.

Roselaine acredita que dois fatores são os principais para que as pessoas pensam e escolham as marmitas ao invés do prepara em casa. “Primeiro que os alimentos estão caros, então as pessoas estão gastando muito para fazer comida e também tem o tempo, comprando a pessoa não precisa cozinhar”.

“Outro fator é a variedade, hoje em dia é muito caro você ter um cardápio variado, com diferentes tipos de carnes e ‘misturas’ todos os dias, já no restaurante você paga um certo valor e como todo dia algo diferente”, comentou.

Ao falar sobre comprar comida de segunda a sábado, muitos devem imaginar, como fica a mesa, ou a barriga, dessas pessoas no domingo. Bom para tudo existe uma solução, a Elizabeth encontrou a sua na geladeira. “A gente congela o que sobre e no domingo comemos isso, aí quando surge vontade de fazermos algo diferente, compramos e fazemos, mas não é sempre”, explica.

Alguns cuidados devem ser tomados

Muitas pessoas, ao tomarem a decisão de passarem a comprar suas refeições colocam o preço como principal fator, algo que deve ser analisado com cuidado segundo a nutricionista Jéssica Alves Ferreira.

Para a profissional, o cenário ideal é que as pessoas fizessem suas próprias marmitas e utilizassem ao longo da semana, “mas a gente entende que por conta da correria, às vezes isso se torna difícil, então o ideal é ir atrás de uma marmita saudável”.

Jéssica pontou alguns fatores que devem ser levados em consideração no momento de escolher onde a pessoa irá comprar sua refeição. “A marmita precisa de vegetais, saladas, carboidratos e proteínas, de maneira geral, claro que vai variar do objetivo de cada pessoa, mas esse é o básico”.

Outro fator que deve ser levado em consideração é o preparo do alimento, “seria legal a pessoa dar uma investigada em como esse alimento é preparado, se usam óleo ou azeite, temperos naturais ou industrializados e coisas desse tipo, às vezes ligar para o restaurante e perguntar já resolve”.

A nutricionista também alerta que outro fator importantíssimo é sobre o tamanho da marmita e a quantidade de alimento que será ingerido. “As pessoas têm o costume de comprar marmitas grandes, com mais comida do que necessitam e acabam comendo toda aquela e refeição e não pode, a pessoa ficou satisfeita já para, se sobrar comida, guarda e come o restante na janta”, explicou.