As obras da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil ficaram prontas em 1915
(Foto: Histórico da Imigração Japonesa no Brasil)

De acordo com o Nippo Brasil, Campo Grande foi um dos importantes núcleos de imigrantes de Okinawa, que chegaram à região atraídos pelos bons pagamentos. A diária média dos trabalhadores não passava de 3 mil réis, mas, como operários da estrada de ferro, poderiam ganhar 5 mil réis.

Foi por conta disso que 75 imigrantes aceitaram trabalhar no assentamento dos trilhos da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil, no então Estado de Mato Grosso.

Cultura japonesa faz parte da identidade de MS

Mas o primeiro morador japonês fixo em Campo Grande, hoje capital sul-mato-grossense, foi Kosho Yamaki, que chegou na cidade em maio de 1914, vindo do Peru. Na época, ele adquiriu uma pequena chácara que pertencera a Koshiro Ishibashi, que nunca fixou-se na em Campo Grande, segundo informações do Nippo Brasil.

Em MS e pelo país

Hoje, Mato Grosso do Sul possui a terceira maior população de japoneses do Brasil, atrás apenas de São Paulo e do Paraná. Campo Grande conta com a terceira maior colônia de imigrantes japoneses do país, com cerca de 15 mil descendentes, considerando até a 4ª geração, de acordo com dados do Governo do Estado de 2018.

Monumento na Praça do Rádio homenageia povo japonês em Campo Grande

Atualmente, o Brasil acolhe a maior comunidade de pessoas de origem japonesa fora do Japão, com quase dois milhões de originários e descendentes; os uchinanchus representam cerca de 10% desse número.

A cultura de Okinawa é muito rica, seja através da dança, música, arte, gastronomia, da própria língua, festividades, e outras formas que foram incorporadas também nos costumes sul-mato-grosssenses. Fortemente presente na vida do morador do Estado, várias colônias têm o intuito de ajudar a perpetuar o legado que os antepassados trouxeram, e que o Brasil e, especialmente MS, acolheu e preservou.