O Ator e Bailarino camapuense Arce Correia estreia novo ato em sua carreira. Aliás, não tão novo assim, pois a curiosidade e interesse pela culinária vem de muito tempo… Por conta da pandemia do novo coronavírus e os prejuízos que ela tem causado no cenário cultural e artístico do país, milhares de artistas estão usando a criatividade para se reinventar, driblar a falta de trabalho e renda momentâneas e seguir em frente.
Com mais de 20 anos nos palcos, junto ao público, atuando em espetáculos teatrais, dança e música, hoje o artista vive em São Paulo há quase 10 anos, onde foi se especializar em sua arte. Por lá, Arce se graduou na Escola de Arte Dramática (EAD), na USP, e também fez a graduação de Licenciatura e Bacharelado em Teatro, pela Anhembi Morumbi. Aqui no Estado, o artista já brilhou em grandes trabalhos com o Teatral Grupo de Risco, Circo do Mato e Ginga Cia de Dança e Belforma Cia de Artes, onde tudo começou.
![Sabor de MS em SP: Arce Correia faz da cozinha, um verdadeiro espetáculo](/media/uploads/legacy/2020/05/WhatsApp-Image-2020-05-20-at-16.36.33-680x623.jpg)
“A vinda pra São Paulo, tenho a impressão que é como se colocasse a mão pela boca, me pegasse o estômago e puxasse pra fora, pra entender que o mundo é maior que nosso umbigo. A vida, a experiência,a vivência tem sido enriquecedoras. O crescimento dói, custa demora, mas é incrivelmente bom”, constata.
Intérprete de uma das mais famosas personagens da noite campo-grandense, Maria Quitéria é uma nordestina sensual e beleza exótica, já ganhou o país só com seu charme. Há 21 anos fazendo a personagem, Arce não pretende aposentá-la tão cedo ou tão menos parar seus processos artísticos, mas hoje o enfoque é na arte de alimentar, acolher e encantar.
“A coisa da cozinha começa comigo desde criança, sempre gostei de fazer as coisas, sempre fui curioso com todas as questões, na cozinha principalmente. Sou muito comilão, e fui descobrir como fazer as coisas para quando eu quisesse, desse conta de fazer . Fui aprendendo em casa, lidando com isso aos poucos”, revela
SABOREARCE
Juntando sabor e seu nome, “Arce”, surge “Saborearce” (soborear-se), trocadilho divertido e apetitoso. A ideia nasceu em janeiro deste ano, como uma forma de juntar artistas e amigos em uma experiência “gastro-cultural” , como o artista define. A proposta era misturar arte, literatura e poesia em um “sarau”, com um almoço mais que especial, mas que foi interrompido pela pandemia.
“Como não está possível retomar o evento por conta da pandemia, pensei em fazer essas comidas e vender pra que gere uma renda. Isso está me ajudado financeiramente, tem sido uma alternativa bastante interessante e os pedidos tem aumentado, estão indo bem, pelas graças de Deus”, comemora.
O sabor regional da comida sul-mato-grossense está nos temperos do artista, que tem se surpreendido com a aceitação dos fregueses. Sopa paraguaia, chipa, arroz carreteiro fazem o maior sucesso entre a clientela, com destaque para a feijoada e a moqueca de banana da terra (campeões de elogios).
Sobre o motivo de manter sua regionalidade nos pratos, Arce explica: “a gente sai do mato mas o mato não sai da gente, graças a Deus! Sou matuto do mato, gosto, quero, amo e voltarei assim que possível”.
Se você que está lendo este texto tem amigos, conhecidos ou parentes em São Paulo, indique as delícias da Saborearce. Os pedidos são feitos com o próprio cozinheiro, via inbox em suas redes sociais(Facebook, Instagram) ou Watts (11-94127-7289). A divulgação também é feita nas redes, onde os amigos compartilham, e daí vão surgindo novos pedidos, clientes e amigos. Ah, tem entrega!
Tá achando que acabou?
Que tal a receita de chipa que faz o maior sucesso em São Paulo?!
INGREDIENTES
– 3 xícaras de chá de polvilho doce
– 3 xícaras de chá queijo ralado (queijo minas meia cura ou queijo minas padrão)
– 2 ovos.
– 2 colheres de SOPA manteiga ou margarina ou nata
– 1/2 colher de chá de sal. A depender de quanto tem de sal no queijo.
– 1/4 de xícara de leite se for preciso pra dar o ponto na massa que deve ficar firme como massa de modelar. (quase nunca precisa)
– 1/2 colher de CHÁ de fermento químico para bolo.
MODE DE FAZER (Vídeo abaixo)
Ligue o forno para pré aquecer. Em uma bacia, misture o polvilho, o fermento, o queijo e o sal. Acrescente a manteiga e misture bem, formando uma farofa. Coloque os ovos e amasse até ficar como massa de modelar e se preciso coloque leite para dar o ponto. Prove a massa e ajuste o sal se for necessário. O formato mais usado da chipa é tipo uma ferradura. Ou como a letra “U”. Mas pode fazer bolinhas ou rolinhos que são mais fáceis para armazenar no caso de querer congelar, quando fizer bastante. Pode aumentar a receita guardando as proporções das medidas.
Assar em temperatura aproximada de 180° (média) do forno por aproximadamente 25 ou 30 minutos. Não precisa untar a forma. Quando for assar as chipas que estão congeladas, basta pre aquecer o forno por uns dez minutos e colocar as chipas no forno direto sem precisar descongelar antes. Não deixe assar por muito tempo pra não ficar muito dura.
Pronto agora desfrute desta delícia típica do Paraguai e também de MS por herança fronteiriça. (Arce Correia).
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