Confecção de bonecas Abayomi encanta crianças na abertura da Flib

Nem mesmo a baixa temperatura que assolou Mato Grosso do Sul, na manhã desta sexta-feira (5), espantou a criançada na abertura do terceiro dia da Flib (Feira Literária de Bonito). Oficina de criação das Bonecas Abayomis, símbolo de resistência feminina, trouxe ancestralidade e africanidade para o palco do principal evento de literatura do Estado. A […]

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Foto: Bruna Vasconcelos
Foto: Bruna Vasconcelos

Nem mesmo a baixa temperatura que assolou Mato Grosso do Sul, na manhã desta sexta-feira (5), espantou a criançada na abertura do terceiro dia da Flib (Feira Literária de Bonito). Oficina de criação das Bonecas Abayomis, símbolo de resistência feminina, trouxe ancestralidade e africanidade para o palco do principal evento de literatura do Estado.

A programação do terceiro dia da Feira iniciou, às 9h, na estrutura especial montada na Praça do Peixe. A Oficina, ministrada por Roberta Ferreira de Souza, deu o pontapé nas atividades. Crianças e adolescentes se reuniram para entender a história das pequenas bonequinhas negras de pano.

As bonecas Abayomis nasceram durante as longas viagens dos escravos da África para o Brasil. Para acalentar as crianças a bordo dos terríveis navios tumbeiros, as mulheres rasgavam um pedaço das suas roupas e confeccionavam a boneca apenas com nós. Além de trazer conforto e momentos de distração para os pequenos, o brinquedo também servia como amuleto de proteção.

Confecção de bonecas Abayomi encanta crianças na abertura da Flib

Trazer a Oficina de Abayomis para a Flib é uma forma de quebrar barreiras territoriais e dissipar entre os participantes a importância histórica e social que envolve a confecção das bonecas. Roberta começou a produzir Abayomis, em 2017, no Neabi (Núcleo de Estudos Afrobrasileiros e Indígenas) do IFMS (Instituto Federal de Mato Grosso do Sul), em Dourados. A técnica administrativo explica que o trabalho é fundamental para resgatar a ancestralidade.

O argentino Lorenzo, de 10 anos, foi um dos alunos que confeccionaram as bonecas. Ele conta que não conhecia a história das Abayomis mas, com um pouco de dedicação, levou para casa uma cópia produzida pelas próprias mãos na oficina.

“Não entendo muito português, mas consegui fazer a bonequinha. Aprendi sobre ela e fiz sozinha a minha, estou feliz”, completou.

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