Sem espaço físico, companhias montam “teatro de bolso” para arte resistir
Em Campo Grande, teatros estão com portas fechadas
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Em Campo Grande, teatros estão com portas fechadas
Com os teatros físicos fechados em Campo Grande, o jeito foi os grupos teatrais da Capital recorrerem ao famoso conceito “teatro de bolso” para fazer a arte resistir por aqui. Assim, as trupes abriram as portas dos próprios espaços para apresentações de espetáculos locais.
De maneira geral, o formato “teatro de bolso”, bastante comum em grandes centros onde a arte é melhor difundida, trata-se de um espaço físico de teatro que comporta um público de aproximadamente 50 pessoas na plateia e tem uma estrutura de equipamentos de sonorização, projeção, iluminação e caixa cênica.
“Criar esses espaços é uma forma de também criar público para o teatro. Mesmo que seja com um número menor de pessoas, o importante é sempre ter espetáculos sendo apresentados”, comenta o ator Mauro Guimarães, do grupo Circo do Mato.
Recentemente, o Circo do Mato inaugurou a nova estrutura de “teatro de bolso” que montou na seda do grupo. O espaço comporta 50 pessoas sentadas em uma arquibancada com cadeiras. O palco é montado no chão mesmo e a estrutura ainda conta com jogo básico de iluminação.
Segundo Mauro, a estrutura pode ser desmontada e, assim, o local é utilizado para outras atividades, como ensaios e oficinas. Vale lembrar que o espaço foi todo construído e adaptado com recursos próprios do grupo.
Outros espaços
Fora o Circo do Mato, outros dois grupos em Campo Grande oferecem espaço de “teatro de bolso”. O Grupo Casa inaugurou um em março de 2014, que já foi palco de festivais de teatro, leituras dramatizadas e saraus de poesia.
Segundo Ligia Prieto, o Grupo Casa não tem nenhum apoio fixo ou patrocínio. Ela explica que o espaço é sustentado através das aulas e a companhia é mantida por meio das vendas dos espetáculos.
“Em um estado e em uma cidade onde todos os teatros (espaços físicos) estão fechados, e os que tem em aberto não são equipados, a saída foi construir e equipar, dentro das possibilidades, seus próprios teatros. Uma sede fixa de trabalho e funcionamento é essencial para a manutenção de um grupo teatral, é um espaço de pesquisa, de experimentos e de apresentações. Precisamos lutar por esses espaços alternativos e cheios de arte, para que a cidade não os fechem, e para que não morram, como o Teatro do Paço e o Teatro Aracy Balabanian”, critica Ligia.
Um dos mais antigos de Campo Grande, o teatro de bolso do Teatral Grupo de Risco foi construído em 2002. No local há uma arquibancada para 80 pessoas e mais à frente da cena, cabem mais umas 30. “Como é um dos únicos espaços aberto e em funcionamento para apresentação, estamos com a agenda lotada. Abrimos para outros coletivos, e às vezes, como esse ano, não dá pra conciliar com todos”, explica Fernanda Kunzler.
Teatros fechados
Atualmente, os teatros mais usados em Campo Grande para apresentações de espetáculos locais, que são o Glauce Rocha e o Prosa, estão fechados para reforma, sem previsão imediata de abrirem as portas novamente.
Na Capital, ainda há o teatro Aracy Balabanian, do Centro Cultural José Octávio Guizzo, que foi fechado e nunca mais aberto. Além do Teatro do Paço, junto ao prédio da Prefeitura, que também permanece fechado há anos.
O espaço do Palácio Popular tem um custo alto e não é acessível a produções com preços populares. Desta forma, sobraram os teatros de escolas. Hoje, o mais usado é o do colégio Dom Bosco.
Vá ao teatro!
Confira as agendas de cada grupo e saiba quais as peças que estão em cartaz e onde serão apresentadas:
Circo do Mato: a sede fica na rua Tonico de Carvalho, 263, bairro Orpheu Bais. Informações pelo telefone (67) 99912-1420.
Teatro Grupo Casa: está localizada na rua Caraíba, 8, bairro Chácara Cachoeira. Informações pelos telefones (67) 3326-0222 / (67) 8185-9774.
Teatral Grupo de Risco: fica na rua José Antônio, 2170, Centro. Contato pelo telefone (67) 3026-8232.
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