Admirado como cidadão e respeitado como profissional, o jornalista Carlos Eduardo Bortolot deixou um legado ao jornalismo sul-mato-grossense. Ele faleceu na manhã desta sexta-feira (26), aos 60 anos, em decorrência de um câncer.

Conhecido por todos como Cadu, o jornalista era natural de Niterói, Rio de Janeiro, mas veio para Campo Grande no início da década de 1990 para montar a TVE e Rádio Educativa, onde também atuou como diretor e, assim, ajudou a construir a história da imprensa no Estado.

“Era um profissional com muito conhecimento e propriedade do que dizia. Muito respeitado pelos entrevistados a quem respeitava também de forma bastante polida – mas era duro e objetivo quando se exigia”, conta o jornalista Ogg Ibrahim, que trabalhou com Cadu no programa Noticidade.

Com 40 anos de carreira, Cadu comandou, por 14 anos, o programa Noticidade, na Rádio Cidade, em Campo Grande. Aqui na Capital, também trabalhou como editor-chefe na rádio CBN e fez assessoria de imprensa na reitoria da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul).

Na política sul-mato-grossense, Cadu atuou como assessor de imprensa do senador Delcídio do Amaral (PT), do senador Pedro Chaves (PRB) e tinha começado a trabalhar na campanha do atual candidato ao governo, o (PDT).

No Rio de Janeiro, Cadu era um funcionário público federal do Ministério da Saúde e por lá também trabalhou diretamente com o jornalista Ricardo Boechat, âncora do jornal da Band e comentarista político.

Lembranças de um amigo e profissional

“Uma pessoa muito querida, ninguém conseguia brigar com ele. Sempre muito tolerante. A maior prova disso é essa legião de amigos que ele conquistou aqui”, diz o administrador Ricardo Coin, marido da jornalista marisa Machado e compadre de Cadu.

“Ele era um cara muito equilibrado, sempre de bom humor, adorava contar histórias do jornalismo de antigamente, do tempo que atuou ainda no Rio de Janeiro. Apesar de ser uma cara com um posicionamento político definido, era completamente imparcial e isento na maneira de dar notícia. Se preocupava muito com o físico, malhava todos os dias, não fumava e tinha uma alimentação bem equilibrada”, recorda Ogg.

“Sofremos a perda de um amigo e de um grande profissional. Ele sempre teve muito respeito com as pessoas, era um verdadeiro lord. Além de apaixonado pela vida, pelo amor… Era uma pessoa linda”, define o escritor Henrique Medeiros.

“O dia amanheceu triste, em tom de despedida e sem palavras para fazer essa despedida, porque dói muito dar um Adeus a um grande amigo que fez parte de toda a minha história e caminhada pública, mas que além disso, era um amigo de casa, companheiro de todas as horas, parceiro de minhas filhas e não existe palavras neste mundo para expressar a saudade que sentirei de você meu querido Caduzinho. Faz assim irmão cuida da gente aí de cima e lembra sempre desse seu parceiro aqui, que te ama muito e que você sabe que vai sentir sua falta sempre. Mato Grosso do Sul perde um ícone do seu jornalismo e eu um irmão amado de todas as horas”, publicou Delcídio do Amaral nas redes sociais.

Tratamento

Segundo Ricardo Koin, Cadu descobriu o câncer em maio deste ano e imaediatamente começou o tratamento. Ele passou por sete sessões de quimioterapia e, após uma complicação, precisou ser internado no Hospital da Cassems.

“Cadu sempre se cuidou, mentalmente e fisicamente. Até quando viajava, ele procurava um parque para fazer caminhada”, conta Koin.

Em Campo Grande, o velório será realizado na Fertel (Fundação Luiz Chagas de Rádio e TV Educativa de Mato Grosso do Sul), localizada na avenida Desembargador Leão Neto do Carmo, no Parque dos Poderes.

O velório começa às 16h30 até às 20h. Depois o corpo será levado para Niterói, onde será sepultado ao lados dos pais dele.