Por descontos de até 70%, vale até enfrentar frio e chuva numa fila a noite toda
Clientes já esperam a grande promoção do Magazine Luiza
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Clientes já esperam a grande promoção do Magazine Luiza
Até onde você iria por uma boa oferta? Quais são os seus limites para aproveitar uma promoção? Na Rua 14 de Julho, o pipoqueiro já se prepara para estourar milho. Ao lado, um amontoado dee gente ri bem alto e anuncia que uma espécie de ‘festa’ está ocorrendo. O clima é amistoso e alegre, parece roda de samba. Afinal, é preciso animação para aguentar a madrugada inteira em fila, no frio, esperando que a loja abra as portas: logo mais, às 6h da manhã, unidades do Magazine Luíza em Campo Grande entram em promoção e os itens à venda terão até 70% de desconto. “Querido, uma panela de pressão de R$ 90 saiu por R$ 10 ano passado. Vale muito à pena, sim”, disse uma mulher na fila, que não quis se identificar. “Tô faltando trabalho para estar aqui, não tira foto minha, não, por favor”, suplicava.
Na fila, cerca de 20 pessoas já aguardavam para a maratona. Uma pequena tenda e dezenas de cadeiras de plástico foram cortesia da loja. Porém, logo não comportarão todo mundo. “Venho nisso aqui todo ano, quando for umas 5h da madrugada a fila vai estar dando volta no quarteirão”, conta Damiana Sousa, 36, que trabalha com serviços gerais e a segunda da fila. “Cheguei hoje eram 9h e já tinha ele na fila”, disse. ‘Ele’, no caso, é Nivaldo Quintino, 49, promotor de vendas, o primeiríssimo da espera. “Cheguei meia noite e tô fazendo turno com meus filhos. Se chover o carro ta aí, mas trouxe uma sombrinha”, disse, sorrindo. Nivaldo está acompanhado da mulher, Enilda, 49, e do filho, Gustavo, 10. “Eu vim ano passado, mas cheguei 7h e não tinha mais nada. Por isso viemos cedo esse ano”, disse a esposa.
Para que alguém abra mão do conforto do lar para virar a madrugada numa fila, o desconto tem que valer à pena. E, de fato, os relatos na Rua 14 de Julho levam a crer que o negócio é quente, mesmo. Chega a ser tentador. “Imagina comprar uma TV de LED 42 polegadas por R$ 800. É o tipo de oferta que vai ter. Quem não ia querer estar aqui?”, comentou um vendedor que saia da loja. “Ninguém vem por uma coisa só. Ano passado a gente comprou a panela de pressão, mas também comprou forno, liquidificador, jogo de jantar… Esse ano quero comprar uma cama ou um colchão e talvez mais coisas pra minha casa. Se não fosse vantagem não ia ter ninguém aqui, pode acreditar”, disse Damiana, com conhecimento de causa. “Esta é a terceira vez que eu venho, já conheço até algumas pessoas que estão na fila. Aquele ali de amarelo, ó”.
“Aqui todo mundo já ganhou apelido. Essa é a vozinha do cigarro, essa é a advogada, aquela é a outra vozinha…”, brinca o mecânico Anderson Tomasi, 20, que espera encontrar aparelho de ar condicionado, celular e guarda-roupa em promoção. “Tenho uns R$ 3 mil pra gastar, pois saí de férias e deu uma graninha a mais. Ano passado foi a primeira vez que vim e comprei minha cama”. Ele é um dos que faz a festa no local. “Duvido você vir pra cá, também”, disse, desafiando o repórter. “Mais tarde vai rolar um futebol aí na 14, vai ser animado”, completou Nivaldo. “Ah, não é pra tanto, né?”, retrucou Enilda.
Uma advogada, que quis permanecer incógnita, admitiu que está lá pela primeira vez. “Vamo ver o que tem de bom, né? Não custa experimentar”, disse, escondendo o rosto do fotógrafo. “Esse ano tá é fraco”, comentou Everton Tomasi, 24, segurança. “Não vou gastar muito, não. Quero ‘só’ comprar uma bicicleta pra minha filha, um aparelho de som, uma Tv, um celular…”. Só.
Eram apenas 19h quando os depoimentos foram colhidos. Ao passar das horas, à medida que a fila aumentar, o clima de amizade pode sofrer ‘variações’. Basta imaginar que a sua frente pode estar a pessoa que comprará a última sanduicheira da loja, a que você tanto queria, como aconteceu com Silmara Lopes, 43, professora, a primeira de outra loja do centro. “Ano passado cheguei 3h da madrugada e passei raiva. Esse ano vim bem mais cedo, que é pra não ter problema”, concluiu.
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