Queridinho de Hollywood, Scalise leva o nome de MS aos quatro cantos do mundo

“O Exterminador do Futuro: Gênesis” e “Peter Pan” contam com criações de Scalise

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“O Exterminador do Futuro: Gênesis” e “Peter Pan” contam com criações de Scalise

Aos 47 anos, Luis Pedro Scalise não tem casa. Correndo o mundo, ele tem “vivido” em aviões e carrega consigo, além das ideias e do talento, o nome de Mato Grosso do Sul. “Qual é o stand do arquiteto campo-grandense?”, escuta por onde passa. E o sucesso é explicado: é de suas mãos que saem as principais criações em arquitetura temática do mundo.

“Às vezes eu não tenho a dimensão de onde o meu trabalho está chegando. É muito bom e eu fico muito feliz”, diz. O arquiteto aguarda ansioso o lançamento das produções americanas “O Exterminador do Futuro: Gênesis” e “Peter Pan”, que serão lançados ainda em 2015. Nos dois filmes há criações de Scalise.

“Eu nunca imaginei que teria um projeto meu aprovado pela Warner Bros ou pela Paramount. Não é tão clara a dimensão disso tudo. Em alguns momentos a ficha cai, mas a demanda de trabalho não me permite pensar nisso por muito tempo”, explica orgulhoso.

Mesmo vivendo entre um país e outro, Scalise mantém em Campo Grande o seu escritório fixo e é daqui que partem suas criações. “As pessoas não imaginam, mas é lá que estão concentradas as minhas criações. Foi de Campo Grande que saiu parte do cenário de o Exterminador do Futuro”, explica entre risos. 

O arquiteto que nasceu em Florianópolis sempre teve profunda ligação com o Estado. Sua família materna é toda estabelecida aqui e durante toda sua infância passou as férias em terras pantaneiras.

“Eu fiz o caminho inverso. Voltei para Campo Grande para estudar, na Universidade que é hoje a Uniderp. Tenho pouco contato com os colegas de turma, mas ainda os encontro em alguns lugares”, lembra.

Quando perguntado sobre o motivo de tanto sucesso, Scalise titubeia: “Esses dias a minha irmã também me perguntou. ‘Será que você é bom mesmo do jeito que todo mundo fala’? E eu sinceramente não sei”, conta.

Insistindo um pouco ele reformula as ideias e explica: “Já me disseram que sou como um avião em queda. Pra cair é preciso uma somatória de situações. Acho que é isso. Para entender o rumo que meu trabalho tomou é preciso somar muita coisa”, conta sem se esquecer de um dos principais, o esforço.

“Tem quem ache que fico em casa dormindo até tarde esperando a criação aparecer. Quem me dera! Acordo às 5 horas todos os dias e não paro de trabalhar nunca. Sou muito esforçado e dedicado.”

Das antigas

Outro elemento que deve ser somado ao cálculo dos talentos múltiplos, é o seu traço. Ao contrário dos jovens arquitetos, Scalise desenha muito bem à mão e tem o processo criativo instantâneo. “As pessoas sabem que eu fiz porque elas veem fazer na hora. Ao escutar o que o cliente espera eu já vou desenhando na hora. Os arquitetos mais novos são muito talentosos no mouse. Pode ser esse um diferencial também”. Assim como na queda de um avião, detalhar as causas de tamanho sucesso não é das tarefas mais simples, melhor apreciar a qualidade e torcer pelos voos cada vez mais altos do “arquiteto campo-grandense”.