Vinte anos depois, marca deixada por Manoel e Vinícius são identificadas na primeira obra de Stela.
Na estante da mãe, obras como “O livro das ignorãças”, de Manoel de Barros, dividia espaço com o “Soneto de Fidelidade”, de Vinícius de Moraes. Os livros que fizeram parte da infância da psicóloga e escritora Stela Victório Faustino, de 30 anos, a marcaram para sempre.
E mais de 20 anos depois, a marca deixada pelas paisagens descritas pelo poeta mato-grossense, e os sonetos de Vinicius, que foi um dos primeiros livros que leu para um trabalho na escola, são facilmente identificadas em sua primeira obra: “A menina que olha pela janela”.
Stela conta que seus primeiros textos falavam sobre questões sociais. Com o tempo, o texto foi evoluindo para a poesia, que surgiu em um momento em que precisava amenizar a rotina de trabalho. “Descobri que podia colocar os sentimentos em palavras escritas e até brincar com elas a partir do momento que meus primeiros poemas foram nascendo”, afirma.
A escritora diz que o “presente” de poder escrever foi herança da família materna Victório, a qual o livro é dedicado.
Para o jornalista Ico Victório, convidado para escrever o prefácio do livro, o que mais chama a atenção na obra é o dom da poetisa de descrever as paisagens em sua poesia com precisão fotográfica. “Basta um mergulho em suas páginas para perceber sua capacidade de retratista da paisagem humana e social”, relata.
O lançamento do livro de Stela Victório Faustino, “A menina que olha pela janela”, publicado pela Life Editora, será realizado nesta sexta-feira (6), às 19h30, no Fran´s Café, que fica na Rua Marechal Rondon, 2453 (esquina com a Rua 13 de Junho). Mais informações (67) 3382-512.
Na noite haverá ainda sessão de autógrafos da autora. O livro será vendido na ocasião por R$30,00. A entrada é gratuita.
Confira um dos poemas de Stela Victório Faustino:
Um. Quê?!
Todo trem
um dia sai descarrilhado.
Toma a esquerda
com velocidade,
sabe-se lá quando
ou onde
vai parar.
Ora o tremor da viagem
sobressalta os pensamentos,
pelo próprio balanço de vai e vem
das cabeças passageiras.
Ora permanece afixado
na linha contínua
Mas tem sempre um quê?!
de pensador.
A janela é grande,
há tanta coisa para ver.