Exposição fotográfica revela a Campo Grande que escapa aos olhos de seus moradores

Serão 26 trabalhos do fotojornalista Cleber Gellio expostos até setembro

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Serão 26 trabalhos do fotojornalista Cleber Gellio expostos até setembro

No dia a dia Campo Grande é o plano de fundo de milhares de histórias retratadas por suas lentes. Mas para os mais atentos, a percepção é rápida: a cidade se sobressai. E é a naturalidade de seu cotidiano, hábitos e costumes que compõem a primeira exposição fotográfica de Cleber Gellio.

Durante os deslocamentos de seu trabalho como fotojornalista, Cleber reuniu retratos que despertam atenção para uma Campo Grande poucas vezes percebida pelos habitantes locais. Em comemoração aos 116 anos, ele lançará no dia 26 de agosto, a exposição “Nosso Cotidiano”a partir das 19h30, no Fran´s Café. 

A exposição estára aberta a visitações até o dia  dia 3 de setembro. A entrada é gratuita. Retratar as nuances do cotidiano é o ganha-pão de Cleber há 10 anos. Mas a paixão veio muito antes disso. A afinidade com a fotografia veio ainda na infância, quando registrava as viagens e festas de família. Na faculdade, quando o sonho ainda era se tornar repórter de televisão, Cleber percebeu que o olhar fotográfico era a maior de suas aptidões.

O casamento para a vida toda veio com um presente do irmão: uma fuji finepix. “Com ela eu fiz muita coisa. Foi ali que começou mesmo. Ainda tenho muitos registros feitos com ela”, conta. Dez anos depois, poder revelar e muitas vezes apresentar a cidade aos seus próprios moradores é um dos pontos altos de sua profissão.

“Poder retratar o que estava em minha volta e poder auxiliar o processo de transformação da sociedade sempre me despertou interesse. Os personagens da periferia, sempre me chamaram atenção. Quando fotografo, busco elementos que insiram esse indivíduo no contexto da nossa sociedade. Acho que é instantâneo o ato de fotografar o cotidiano simples e puro como ele é, contando histórias de pessoas que não são exemplo de sucesso, modelos de perfeição para a sociedade e, de certa forma, inserindo o espectador no mesmo ambiente independente de ele onde esteja e o significado que a foto possa despertar para cada um”, explica.

Cleber estudou jornalismo no interior de São Paulo viveu em vários lugares e até em Portugal, mas foi a cidade de Campo Grande que ele escolheu para viver e trabalhar.  Para a mostra, foram escolhidas 26 fotos que expressam um panorama do cotidiano campo-grandense, convidando o espectador a olhar para a cidade.

Exposição fotográfica revela a Campo Grande que escapa aos olhos de seus moradores

A curadoria da exposição fica por conta de Sara Grubert, mestre em Teoria e História da Arquitetura e do Urbanismo pela USP (Universidade de São Paulo), crítica de arte e fotografia. Para ela, o trabalho do fotógrafo lembra as poéticas da fotografia da norte-americana Dorothea Lange e do brasileiro Sebastião Salgado, que trabalham na perspectiva da fotografia etnográfica. “Cleber tem uma intimidade com o fotografado, com a vida que transcorre no dia a dia, que lembra muito o trabalho desses grandes fotógrafos, que são ícones mundiais”, comenta.

O lançamento será no dia 26 de agosto, a partir das 19h30. “No começo das minhas postagens ficava procurando legendas para explicar as fotos até que percebi que tudo o que eu postava ali era o nosso cotidiano. Tenho um carinho enorme por cada uma delas e hoje já são mais de 300 na minha timeline”, diz o fotógrafo ao explicar o tamanho do sonho que está realizando.