O governo federal pretende reduzir de US$ 300 para US$ 150 a cota de compras no país vizinho

Cinco mil lojistas da fronteira do Brasil com o Paraguai, nas cidades de Ponta Porã e Pedro Juan Caballero, protestaram na manhã desta terça-feira (17) contra a diminuição da cota de compras no país vizinho, que passará de US$ 300 para US$ 150. Além dos paraguaios, participaram muitas autoridades e empresários brasileiros, já que a redução da cota pode diminuir o fluxo de turistas na região.

De acordo com o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Ponta Porã, Amauri Ozorio Nunes, o governo federal estipulou a diminuição para dia 1º de julho. “Engana-se quem acha que isso prejudicaria apenas os paraguaios. Se isso se confirmar vai afetar duramente o setor hoteleiro, bem como os bares e restaurantes de Ponta Porã. Nós já sentimos uma redução de quase 50% em vista da frequente alta do dólar”, explica.

Além do protesto desta terça-feira, o comércio das cidades deve permanecer fechado durante todo o dia. “Os turistas vão deixar de ir à fronteira, pois não compensará o custo da viagem”, reclama.

Também participaram da manifestação a Associação Comercial de Ponta Porã e a Câmara dos Vereadores da cidade.

Próximos passos

Está marcado para o dia 24 de março, ida para Brasília de uma comissão formada pelos lojistas da fronteira. Eles pretendem negociar com o governo federal a manutenção da cota atual, ou um aumento para US$ 500. Além disso, a comissão deverá reivindicar a liberação para que seja construído um Free Shop em Ponta Porã, que terá isenção de imposto a fim de competir em igualdade com as lojas do Paraguai.

A equipe de reportagem tentou contato com a Receita Federal para comentar sobre a redução da cota. A assessoria de imprensa do órgão prometeu apurar o tema, mas até o fechamento deste texto não houve retorno.