Médicos também participam da ‘farra de atestados’ na Capital

Enfermeiros e servidores administrativos também estariam entre fraudadores

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Enfermeiros e servidores administrativos também estariam entre fraudadores

Dos 820 servidores da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde Pública), de Campo Grande, que suspostamente entregaram atestado falso no mês dezembro de 2014, muitos podem ser médicos, afirma o chefe da Sesau, Jamal Salem. Enfermeiros e servidores lotados nos departamentos administrativos também devem ter apresentado justificativas mentirosas nos documentos.

“Eu ainda não tenho números exatos, mas grande parte dos atestados é falsa, são servidores de todas as partes da Sesau”, explica Salem. Ao menos três pessoas que entregaram atestado no período, segundo o secretário, chegaram a publicar fotos nas redes sociais durante viagem à praia.

Por conta das possíveis fraudes, uma Comissão de Ética da Sesau abrirá sindicância para apurar as irregularidades e, caso haja confirmações, os servidores devem ser punidos e até exonerados dos cargos.

“O estatuto dos servidores apresenta as penalidades. Nós vamos enviar ao Ministério Público todos os documentos da sindicância para que eles acompanhem tudo junto conosco, pois o MP nos cobra que haja melhorias na saúde pública. Por conta dessas falsificações há problemas de demora no atendimento nas unidades de saúde”, resume.

Agora, conforme o secretário, o servidor que precisar se afastar das funções e alegar, por exemplo, problema de saúde passará por um médico do trabalho. A medida foi tomada no intuito de evitar que os funcionários novamente apresentem falsas justificativas.

“A Sesau também é como uma empresa. Eu preciso ser justo, pois estou cansado de receber reclamações sobre problemas da Saúde”, diz.

Nesta terça-feira (13), Jamal esteve com a promotora de Justiça do MP-MS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), Daniela Cristina Guiotti, para esclarecer denúncias recebidas pelo órgão sobre falta de insumos, equipamentos e pessoas nas unidades de saúde de Campo Grande.

 À reportagem, Jamal justificou que as queixas ocorreram por conta da farra de atestados falsos. Para ele, por conta disto, a população sofre com atendimento precário. Mas, segundo a promotora, o assunto dos atestados não chegou a ser tratado no encontro de hoje.

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