Terão que me levar de volta chutando e gritando, diz Amanda Knox

A jovem americana Amanda Knox foi condenada na quinta-feira por assassinato pela segunda vez. Dias antes do novo veredicto, ela concedeu uma entrevista exclusiva ao The Guardian em que disse se sentir sem chão. “Eu, definitivamente, não vou voltar para a Itália voluntariamente. Terão que me pegar e me levar de volta, chutando e gritando, […]

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A jovem americana Amanda Knox foi condenada na quinta-feira por assassinato pela segunda vez. Dias antes do novo veredicto, ela concedeu uma entrevista exclusiva ao The Guardian em que disse se sentir sem chão. “Eu, definitivamente, não vou voltar para a Itália voluntariamente. Terão que me pegar e me levar de volta, chutando e gritando, para uma prisão onde eu não mereço estar. Eu vou lutar pela minha inocência”, garantiu.

A americana foi condenada pela primeira vez em 2009, junto com o então namorado, o italiano Raffaelle Sollecito, pela morte da britânica Meredith Kercher. Em 2011, a condenação foi revertida e Amanda recuperou a liberdade e retornou aos Estados Unidos. No ano passado, no entanto, a Suprema Corte italiana reabriu o processo, encaminhado para um terceiro julgamento em Florença. Desta vez, a corte de apelação reafirmou a condenação de Amanda a 28 anos e seis meses de prisão, que ela não pretende cumprir.

Ao Guardian, a americana disse que falou com o ex-namorado durante os últimos dias, mas negou que ele tenha lhe pedido em casamento, a fim de conseguir a cidadania americana e evitar a prisão. “Isso não é verdade. Eu não sei de onde saiu isso”, disse ela. Sollecito também teve sua sentença reafirmada: 25 anos de prisão.

Amanda considerou sorte ter conseguido voltar à América e se mostrou preocupada com o ex-namorado. “Ele está com muito medo e vulnerável. Acho que ele se sente abandonado pelo seu próprio país. Para onde ele vai correr e se esconder? É uma pena que as pessoas não estejam lutando para protegê-lo”. Questionada sobre como se sentiria se ele fosse preso e ela continuasse em liberdade, respondeu: “Isso me deixa louca. Eu não sei o que eu poderia fazer”.

Após a condenação, os pais de Amanda afirmaram que ela não voltará à Itália e se disseram surpresos com o veredicto.

Já a família de Meredith Kercher, a jovem britânica assassinada em Perugia em 2007, espera que a Itália solicite a extradição de Amanda para cumprir a pena. “Espero que tenha sido feita justiça para Meredith e para sua família”, disse a advogada Francesca Maresca após a decisão.

Meredith morava com Amanda quando foi encontrada morta com um corte na garganta. Segundo a promotoria, ela morreu durante um “jogo sexual” regado a drogas e com a participação de Sollecito e Amanda. Os dois sempre negaram participação no caso e dizem que nem estavam no apartamento no dia que a britânica foi assassinada. Eles admitem ter consumido maconha no dia e que suas memórias não são precisas.

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