Servidor suspeito de aliciar garotos em Dourados tinha mais de 3 mil fotos no computador

O servidor público Jeferson Porto da Silva, de 33 anos, preso na manhã do domingo (19) por suspeita de aliciar e incentivar a prostituição de adolescentes em Dourados, a 225 quilômetros de Campo Grande, tinha mais de 3 mil fotos das vítimas armazenadas no computador. De acordo com a delegada responsável pelo caso, Marina Lemos, da […]

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O servidor público Jeferson Porto da Silva, de 33 anos, preso na manhã do domingo (19) por suspeita de aliciar e incentivar a prostituição de adolescentes em Dourados, a 225 quilômetros de Campo Grande, tinha mais de 3 mil fotos das vítimas armazenadas no computador. De acordo com a delegada responsável pelo caso, Marina Lemos, da 1ª Delegacia de Polícia Civil da cidade, todas as imagens eram organizadas pelo nome do menino aliciado.

Conforme a delegada, o caso já está quase concluído, pois o servidor confessou os crimes e o que ele não confessou, a polícia conseguiu descobrir. Uma das vítimas que procurou a polícia, foi um jovem de 20 anos, que relatou ter sido aliciado há oito anos, quando o servidor era professor dele.

Na época, Jeferson usava o MSN para conversar com o então adolescente. A mãe do garoto descobriu o caso e levou várias conversas impressas para a diretora da escola. A educadora confirmou o caso à polícia e informou que por isso, ele foi afastado da instituição de ensino.

O jovem disse à polícia que foi aliciado, mas que não manteve relações com o servidor, mas que um amigo dele da época da escola também teria saído com ele, em 2008. Porém, o rapaz disse que o colega mudou de cidade e que não tem mais contato com ele.

A delegada ainda reafirmou que mais de 200 meninos podem ter sidos aliciados “Acredito que ele tenha aliciado muito mais”, diz Marina. Ele disse que começou a se aproximar dos garotos há três anos. Nos laudos da polícia, apenas um dia de mensagens que ele mandava às vítimas tem dez páginas. Ao todo, são mais de 5 mil mensagens no aplicativo WhatsApp enviadas por ele.

HIV

Duas mães comunicaram à polícia que os filhos realizaram exames e os filhos não foram contaminados pelo vírus HIV. Segundo a delegada, o exame falsificado, que o servidor usava para provar que não era portador do vírus, não era pré-requisito para que ele mantivesse relações com os garotos e foi feito após um boato surgir na cidade de que ele teria HIV e uma das vítimas o questionou.

Conclusão

Conforme apontado na investigação, o servidor encaminhava uma mensagem oferecendo sexo e posteriormente várias outras perguntando se eles estavam gostando, se teria amigos para apresentar.

A autoridade policial pretende concluir o caso até a próxima sexta-feira (24). Ainda há alguns adolescentes sendo ouvidos e outros sendo intimados, mas nem todos comparecem à delegacia. Ele pode responder pelos crimes de favorecimento da prostituição infantil e também pelos crimes de pedofilia, pois armazenou imagens das vítimas no computador.

Caso

Jeferson trabalhava no setor de RH (Recursos Humanos) da prefeitura de Dourados. Após dois meses de investigação, ele acabou preso apontado como aliciador de jovens e incentivá-los à prostituição. O suspeito utilizava um perfil falso no Facebook e também no aplicativo de conversas para celular ‘WhatsApp’, onde se passava por uma mulher chamada ‘Jessika Alessandra’.

Após atrair os adolescentes entre 14 e 16 anos, ele marcava encontros noturnos na casa dele, onde morava com a mãe, que é idosa. Quando chegavam lá e viam que não se tratava de uma mulher, os jovens eram convencidos pelo servidor a manter relações sexuais com ele mediante pagamento de R$ 30. Computadores e celular dele foram apreendidos com vídeos e fotografias.

Portador de HIV, Jeferson chegou a falsificar um exame clínico para convencer os jovens que questionavam a falta do uso de camisinha. O servidor deve ser transferido para a Phac (Penitenciária de Segurança Máxima Harry Amorim Costa) até o fim desta semana.

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