Com a suspensão dos embargos na última quinta-feira (17), impostos pela China, às exportações de carne bovina, os pecuaristas de Mato Grosso do Sul esperam dobrar as vendas ao país asiático. De acordo com a Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul (Acrissul), essa decisão do governo chinês é uma notícia extremamente boa e trará, com certeza, um impacto muito positivo para a economia do Estado.

Segundo o presidente da Acrissul, Francisco Maia, a China é um país grande e com uma população numerosa e, por isso, tudo que compra de outros países tem um volume muito grande. Ele atribui essa importância do país oriental, também, ao poder aquisitivo que sua população está adquirindo nos últimos anos. “A população da China, que antes era em sua maioria mais pobre, está ficando cada vez mais rica”, lembra o dirigente.

Ainda segundo Maia, antes dos embargos de 2012, a China não comprava tanta carne bovina do Brasil. Para ele, isso é devido à população se concentrar na área rural e não urbana. Maia diz que o povo do campo, geralmente, produz sua própria alimentação. “Atualmente, há uma grande mudança da população rural para a urbana e isso tende a crescer ainda mais. Com todas essas mudanças no perfil do chinês, sentiremos uma diferença”.

O presidente da Acrissul, afirma, ainda, que o Estado está preparado, em termos de sanidade animal, para exportar carne. Segundo ele, Mato Grosso do Sul, além de ser o maior produtor de carne bovina do Brasil, tem a melhor sanidade entre os Estados produtores.

Ele lembra que as vendas haviam sido suspensas em função da suspeita, em 2012, de um caso de Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB), a doença da vaca louca, em um animal morto em 2010 em Sertanópolis (PR).

De acordo com o Ministério da Agricultura, com a reabertura, as vendas externas para a China podem chegar a 18% do total de carne bovina exportado anualmente pelo Brasil. De acordo com o ministro da Agricultura, Neri Geller, a expectativa é vender de US$ 800 milhões a US$ 1,2 bilhão para os chineses no próximo ano. As vendas brasileiras de carne bovina, cujo principal mercado atualmente é Hong Kong, somaram US$ 6,6 bilhões no ano passado. Apesar de pertencer à China, Hong Kong é uma região administrativa especial, e tem normas sanitárias próprias.