Após decisão do juiz Amaury da Silva Kuklinki, da Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos, que interditou o aterro sanitário no bairro Dom Antônio Barbosa, mais conhecido com “lixão”, em Campo Grande, uma comissão formada por dez agentes recicladores que fazem coleta de material no local foram recebidos nesta tarde pelo secretário municipal de Governo, Rodrigo Pimentel, que acompanhado do diretor-presidente da Fundação Social do Trabalho – Funsat, Cícero Ávila, debateu a questão e se comprometeu em cobrar da justiça um esclarecimento sobre a ordem que determina o fechamento do Lixão e, ao mesmo tempo, a abertura de outra área para o depósito dos resíduos a fim de garantir trabalho para os catadores de lixo.

Uma nova reunião foi marcada para 6ª-feira, no Paço Municipal. A Solurb, por meio do superintendente Elcio Terra, se comprometeu em estudar no prazo de três dias uma área que possa servir para o despejo do lixo e permitir o acesso dos trabalhadores.

Durante a reunião ficou pactuado que na próxima quinta-feira (05.06), o superintendente da Solurb, juntamente com sua equipe irá até o aterro sanitário no bairro Dom Antônio Barbosa I para verificar tecnicamente a possibilidade da nova área, Para o procedimento, Terra explica que tal verificação só será adiada caso não haja o tempo favorável, já que com chuva não é possível o estudo no solo. Uma comissão formada por cinco catadores terá a permissão de acompanhar a visita na quinta-feira, que terá ainda a presença do titular da Funsat, Cícero Ávila e demais representantes do Município.

Para Rodrigo Pimentel, é necessário o esclarecimento já que a decisão do dia 26 de maio de 2014 vai contra a decisão do mesmo magistrado que em 21 de janeiro de 2013 autoriza o acesso de “quaisquer catadores de material reciclável, obviamente que mediante identificação, aos depósitos de lixo/aterros sanitários Dom Antônio Barbosa I e II, bem como qualquer outro local que porventura seja utilizado ou destinado para disposição final do lixo”.

O secretário de Governo, que no ato representou o prefeito Gilmar Olarte (PP) defende que a decisão do dia 26 de maio desampara os mais de 600 catadores de material recicláveis. “Tais decisões contrárias criam instabilidade e essas famílias cobram da prefeitura uma posição, já que têm direitos como todo cidadão e, sem que haja uma definição coesa fica inviável qualquer ação do Executivo.

Hoje, a visão da Prefeitura certamente é a de acatar a decisão da justiça, porém não iremos aguardar sem agir para que haja uma solução que atenda todas as partes. Já começamos a fazer a nossa parte e vamos resolver de uma vez por todas o problema da UTR (Unidade de Tratamento de Resíduos) e definindo as cooperativas que vão trabalhar nela”, garantiu.

Diante do propósito, os representantes dos catadores de materiais recicláveis que estavam na reunião se comprometeram com os secretários municipais em convencer os demais trabalhadores de aguardar a reunião do dia 6 de junho, às 15 horas, período este em que não haverá qualquer tipo de manifestação ou tumulto por parte dos agentes recicladores.

Os trabalhadores ouviram dos secretários a afirmação de que nenhuma ação contrária à lei será executada e que haverá desde já o esforço concentrado do Município, a fim de buscar a melhor alternativa para que haja um consenso até que se cumpra o prazo estabelecido pelo Conama, que determina o fechamento definitivo dos lixões em todo o país.

Em nome do grupo, Luis Henrique Furlan Berrocal, de 32 anos, disse que irá repassar o acordado para os demais trabalhadores no início da noite de hoje e que vão dar o crédito para que a Prefeitura busque o melhor entendimento. “Vamos repassar para o grupo o que ficou definido hoje e o cronograma de ações. É importante para nós essa abertura de acompanhar essa vistoria da Solurb no lixão e junto com representantes da prefeitura. Não vamos impedir o tráfego dos caminhões e esperamos que na sexta-feira possamos sair daqui com ações concretas”, garantiu o catador, conhecido como “Luisinho”.

Participaram da reunião os secretários André Scaff (Seplanfic), João Alberto Borges dos Santos (Semadur) e Janete Belini (SAS); além do diretor-presidente da Agereg, Rudel Trindade e o Procurador-Geral do Município, Fábio Castro Leandro.