Para movimento negro, prisão de ator por engano não é fato isolado

A prisão por engano do ator Vinícius Romão de Souza é vista como recorrente por membros do movimento negro e advogado criminalista. A repercussão do caso, segundo eles, contribuiu para que o ator não ficasse mais tempo preso. Para a colaboradora do Núcleo de Consciência Negra da Universidade de São Paulo (USP) Maria José Menezes, […]

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A prisão por engano do ator Vinícius Romão de Souza é vista como recorrente por membros do movimento negro e advogado criminalista. A repercussão do caso, segundo eles, contribuiu para que o ator não ficasse mais tempo preso.

Para a colaboradora do Núcleo de Consciência Negra da Universidade de São Paulo (USP) Maria José Menezes, a prisão de Vinícius não foi por engano. “Negro sempre é vilão até provar que não”, afirma, citando trecho de música.

Para Maria José, o caso não é fato isolado. “É uma política do Estado. O policial tem visão que negros e/ou periféricos são suspeitos ou culpados por algo. Isso é cotidiano e naturalizado pela sociedade”, considera.

Ela lembra que o caso ganhou repercussão pelo fato de Vinícius ser ator. “Houve uma comoção, por causa de sua posição. Isso foi diferencial. Certamente se fosse trabalhador comum ficaria mais tempo preso por causa de falta de acesso à Justiça”, afirma.

Já o advogado criminal Fernando Castelo Branco, professor da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), lembra que o reconhecimento pessoal é uma das formas de caracterização e comprovação do crime e defende rigor no procedimento.

“É um elemento de prova, mas a lei exige cautelas para reconhecimento. Uma delas é ser colocado junto a outras pessoas semelhantes. Não pode prender uma pessoa dessa maneira”, diz.

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