Um grupo de ativistas sauditas lançou uma nova campanha através do Twitter que chama as mulheres a dirigirem seus carros no dia 22 de fevereiro, para denunciar a proibição vigente no reino saudita.

A campanha, sob o lema “A educação e a consciência” está sendo convocada pela conhecida ativista Aziza al Youssef, tem o objetivo de reivindicar o direito das mulheres a dirigir e pedir mudanças na legislação.

À convocação a pegar o volante nas ruas sauditas, se soma à publicação na internet de vídeos de protestos anteriores para ressaltar as experiências das ativistas.

Em entrevista publicada hoje pelo jornal “Al-Hayat”, Aziza afirmou que sua luta busca transformar “um direito natural em um fato”.

Segundo a ativista, as participantes ganharam experiência com manifestações anteriores, em particular a de 26 de outubro, que deram ainda seus frutos apesar dos obstáculos das autoridades.

Aziza destacou, entre os benefícios dessas campanhas, que as mulheres estão mais conscientes de que o problema nos últimos anos é legal, não social.

A ativista, que participou de campanhas semelhantes, disse que os esforços envolvem organizações religiosas, o que permite chegar às autoridades, no entanto não há nenhum sinal de a reivindicação esteja sendo considerada.

Com a iniciativa, seus opositores também postaram nas redes sociais vídeos nos quais argumentam sua rejeição à direção feminina e fazem ameaças.

Ativistas da Arábia Saudita organizaram em 26 de outubro do ano passado uma campanha que pedia dirigir nas ruas do país, e outra em 31 de novembro, dia que não existiu no calendário, com o objetivo de dar ênfase ao direito de dirigir independentemente da data que for.

A primeira iniciativa feita por mulheres sauditas foi em 17 de junho de 2011, o que levou à detenção de várias ativistas por dias, embora depois foram postas em sob fiança.

Na Arábia Saudita rege uma estrita interpretação da lei islâmica, a “sharia”, que impõe a segregação de sexos em espaços públicos.

As mulheres não podem dirigir nem viajar para o exterior sem um homem da família, entre outras restrições.