Mostra póstuma de Niemeyer destaca inéditos e obras emblemáticas

Vista por mais de 39 mil pessoas em São Paulo, onde ficou em cartaz nos meses de junho e julho, no Itaú Cultural, a primeira mostra póstuma dedicada ao arquiteto Oscar Niemeyer (1907-2012) chega ao Rio de Janeiro, no Paço Imperial. São mais de 300 obras, distribuídas por oito salas do histórico prédio da Praça […]

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Vista por mais de 39 mil pessoas em São Paulo, onde ficou em cartaz nos meses de junho e julho, no Itaú Cultural, a primeira mostra póstuma dedicada ao arquiteto Oscar Niemeyer (1907-2012) chega ao Rio de Janeiro, no Paço Imperial. São mais de 300 obras, distribuídas por oito salas do histórico prédio da Praça Quinze, ocupando uma área de mais de mil metros quadrados. Aberta no início da noite de hoje (14) para convidados, a exposição Oscar Niemeyer: Clássicos e Inéditos poderá ser visitada pelo público, com entrada gratuita, de amanhã (15) a 2 de novembro.

Nas salas com ambientação do arquiteto Pedro Mendes da Rocha, o visitante pode fazer um passeio completo pela obra e história do maior ícone da arquitetura moderna no Brasil. Os itens vão de plantas, croquis e pranchas emolduradas a maquetes, fotografias, vídeos e projetos inéditos, encontrados em cadernos descobertos nos acervos da Fundação Oscar Niemeyer e digitalizados pela instituição, em parceria com o Itaú Cultural.

“O propósito desta mostra é revelar projetos que, por vários motivos, permaneceram no papel”, destaca o curador da exposição, Lauro Cavalcanti. Arquiteto e também diretor do Paço Imperial, ele diz que a exposição é capaz de atrair tanto o público leigo como o especializado com curiosidade pelo legado de Niemeyer.

Para Lauro Cavalcanti, a mostra permite uma compreensão de como Niemeyer concebia, desenhava, escrevia e acompanhava o desenvolvimento de seus projetos. “Ele colocava suas opções visuais por escrito, em textos que chamava de ‘explicações necessárias’. Caso tivesse dificuldade de clareza ou síntese, voltava à prancheta para redesenhar o projeto”, explica.

Entre os projetos inéditos, estão as casas desenhadas para o escritor Oswald de Andrade e para o historiador Sérgio Buarque de Holanda, em São Paulo, e o plano da cidade de Negev, em Israel, concebido pelo arquiteto em 1964. “Negev era para ser percorrida a pé, com ruas estreitinhas como nas cidades medievais”, detalha o curador.

Como o próprio nome da mostra indica, as obras emblemáticas de Niemeyer, aquelas que o mundo inteiro conhece, não ficaram de fora da exposição. Há maquetes, por exemplo, da Igreja da Pampulha, da Catedral de Brasília e da sede do Partido Comunista Francês, em Paris.

Uma das salas foi especialmente dedicada aos trabalhos do arquiteto destinados à cidade do Rio de Janeiro. Entre eles, estão projetos nunca executados, como o do Estádio Olímpico Nacional, que seria construído no Maracanã, mas acabou rejeitado pela comissão julgadora do concurso realizado em 1941, que preferiu outro projeto, que deu origem ao atual estádio.

Fazem parte ainda da exposição dois filmes sobre o arquiteto. Em Oscar Niemeyer – O Filho das Estrelas, de Henri Raillard, o próprio Niemeyer relata histórias pouco conhecidas sobre sua vida. Já o documentário Oscar Niemeyer – A Vida É um Sopro alterna imagens de obras como o Palácio do Planalto e o Museu de Arte Contemporânea, em Niterói (RJ), e depoimentos de personalidades como José Saramago, Eduardo Galeano, Ferreira Gullar e Chico Buarque.

O horário de visitação é de terça-feira a domingo, do meio-dia às 18h. O Paço Imperial fica na Praça Quinze de Novembro, no centro do Rio.

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