Mano pede união dos clubes contra violência, e Muricy e Kleina opinam

Após o episódio do último sábado, em que cerca de cem corintianos invadiram o CT Joaquim Grava e ameaçaram jogadores e agrediram funcionários do Corinthians, o técnico Mano Menezes espera uma união dos clubes para ajudar a combater a violência no futebol. “(Mudança) vai depender muito do posicionamento dos clubes em relação a isso tudo. […]

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Após o episódio do último sábado, em que cerca de cem corintianos invadiram o CT Joaquim Grava e ameaçaram jogadores e agrediram funcionários do Corinthians, o técnico Mano Menezes espera uma união dos clubes para ajudar a combater a violência no futebol.

“(Mudança) vai depender muito do posicionamento dos clubes em relação a isso tudo. Se não todos não agirem com a força necessária neste momento, as coisas vão tomando um rumo maior. Depois, lá na frente, ninguém vai conseguir deter”, disse o treinador alvinegro, após a derrota por 2 a 1 para a Ponte Preta, no último domingo, no Moisés Lucarelli, pelo Paulistão.

O técnico alvinegro chegou a dizer que prefere “enfrentar os torcedores”, no sentido de não ceder aos desejos de quem pratica a violência para intimidar. Para ele, a luta só será possível se todos os segmentos que fazem parte do futebol colaborarem, incluindo autoridades públicas de segurança, neste caso.

“Nós (Corinthians) somos apenas um segmento. Não se muda com um segmento só. Todos têm a noção clara de que isso não pode continuar. Tem de tratar a questão com cada órgão”, afirmou.

“Torcedor pode vaiar, protestar, pode fazer protesto como cidadão, mas tem um limite. Se todo mundo se julgar no direito de ir além, vai ficar muito ruim para o futebol que nós gostamos e temos de cuidar”, completou.

No domingo, enquanto o Corinthians enfrentava a Ponte em Campinas, Palmeiras e São Paulo duelaram no Pacaembu. Gilson Kleina e Muricy Ramalho também comentaram sobre o episódio com os corintianos.

“É um retrato do país, não só do futebol. Tem duas coisas graves no nosso páis: impunidade e corrupção. Não respeitamos mais autoridade e a gente não percebe que tem movimento para mudar isso. Violência é parte da nossa sociedade, e parece que está tudo bem para o pessoal lá de cima. É uma preocupação enorme. O pessoal tem de cobrar mais a autoridade, mas isso não é do futebol, é da nossa sociedade. Está muito violenta, ninguém respeita mais ninguém. Quando a gente tem um exemplo ruim lá de cima, é ruim. Tem de andar com carro blindado, daqui a pouco com carro de guerra. Alguma coisa tem de ser feita, não sei se vai parar, mas alguma coisa séria tem de ser feita. Até acontecer alguma barbaridade. O pessoal do Bom Senso FC está tomando atitudes”, disse o treinador são-paulino.

O treinador do Verdão, Gilson Kleina, também fez um apelo contra a violência.

“Meu receio é que o esporte perca para a violência. Sabemos da importância de dirigir uma potência como o Palmeiras, mas a violência nao eh, nem nunca vai ser o caminho. Existem pessoas responsáveis. Como foi cobrado naquela época (protesto violento contra jogadores em um aeroporto), queremos fazer de tudo, como fizemos até hoje, deixar a torcida alegre pelo espírito de luta… Se não acontecer o resultado, não é o caminho a violência. No país do futebol, às vésperas da Copa do Mundo, e a gente ainda coloca este tipo de manifestação. Não posso concordar. Treinador e jogar também são pais de família e fazem o melhor, mas às vezes não dá certo. Isso não pode levar a uma tragédia. Temos de pensar e refletir, mas tem de se tomar uma medida. Não vou compactuar nunca com a violência”, ressaltou o palmeirense.

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