Policiais militares de diversos municípios do estado do Rio de Janeiro, convocados para atuar na orla da zona sul da capital durante a Copa do Mundo, denunciam péssimas condições de trabalho e instalações do CFAP (Centro de Formação e Aperfeiçoamento de Praças), em Sulacap, na zona oeste do Rio. Segundo os PMs, a unidade foi reservada para hospedá-los durante a estada deles na cidade, já que a maioria mora no interior, região metropolitana e Baixada Fluminense.
De acordo com a denúncia, foram convocados para o batalhão de campanha os policiais em férias no mês de junho. O trabalho não seria opcional. Segundo eles, uma “bolsa-copa” no valor de R$ 3.200 mil foi prometida, o que não teria sido cumprido. Os policiais precisaram custear os gastos no deslocamento ao Rio. Alguns PMs moram em regiões afastadas, cujos valores do transporte são mais caros. Eles temem que o dinheiro gasto não seja ressarcido.
Já no primeiro dia de trabalho, os policiais encontraram o CFAP com instalações precárias para hospedá-los. Segundo os PMs, não há colchões nas camas dos dormitórios e o local não tem as mínimas condições necessárias de higiene. Falta água frequentemente na unidade, segundo os policiais. As descargas dos vasos sanitários não estariam funcionando, o que deixa o local com um cheiro “insuportável”.
Outra reclamação dos militares é em relação à alimentação, que, além de ser à base de arroz, farofa e batata-palha, seria em horários irregulares. O almoço de quinta-feira (12) teria sido servido às 16h.
Os policiais reclamam ainda que não foi cumprida a carga horária preestabelecida, que seria de 12 horas de trabalho por 60 de descanso. Os PMs teriam chegado somente à 1h da madrugada no CFAP, mesmo tendo de acordar no início da manhã desta sexta-feira (13) para mais um dia de trabalho. Não havia água na unidade, o que impossilitou o banho dos militares. O café da manhã nesta quinta-feira (13) também não teria sido fornecido.
Outra questão apontada pelos policiais se refere ao período de férias, que é de 30 dias, porém o tempo que eles teriam de ficar na capital fluminense seria de 60 dias. Segundo eles, isso pode desfalcar seus batalhões de origem.