O governador do Ceará, Cid Gomes (PROS), foi quem conseguiu tirar de circulação edição da Revista IstoÉ com reportagem de nomes supostamente delatados pelo ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa. Entre os citados, além do político cearense, estaria o senador Delcídio do Amaral (PT), candidato ao governo de Mato Grosso do Sul.

A decisão foi dada pela juíza Maria Marleide Maciel Queiroz, de Fortaleza (CE), segundo informa a Agência O Globo, com base em informações do site Consultor Jurídico. O processo está em segredo de Justiça e prevê multa de R$ 5 milhões em caso de descumprimento, conforme detalha a mesma fonte.

“Entendo que a veiculação de seu nome com os fatos ligados à operação Lava Jato poderá lhe causar dano irreparável ou de difícil reparação, vez que exerce um cargo público da mais alta relevância, governador do Estado do Ceará”, descreve trecho da decisão.

Ao recorrer à Justiça contra a revista, Cid Gomes acusa a publicação de “calúnia, difamação e dano moral”. O governador disse que vai processar a IstoÉ “por ter abrigado clara armação (…) visando interferir na disputa eleitoral no Ceará”, garantindo não ter “qualquer envolvimento nem qualquer tratativa pessoal com o ex-diretor da Petrobras, muito menos qualquer conversa indecente ou corrupta”.

O texto já foi removido do site da IstoÉ. No lugar, foi publicada uma mensagem informando sobre a medida judicial.

‘Premonição’ em MS

Em MS, o texto chegou a ser reproduzido por publicações locais, e causou polêmica após Delcídio do Amaral estranhar uma declaração do adversário Nelson Trad Filho, gravada na sexta-feira (12) anterior à veiculação da IstoÉ, dizendo que denuncias em revista de circulação nacional deixariam ‘gente em maus lençóis’.

“É uma matéria plantada. E o pior, sem consistência alguma. É tão desprovida de qualquer verdade que a própria revista tirou do ar ontem mesmo. Eles quiseram atacar especificamente Mato Grosso do Sul e criar um factoide por absoluto desespero. Vamos tomar providências de caráter jurídico e ir até as últimas consequências. O candidato deu um tiro no pé”, afirmou Delcídio.

Ao Midiamax, Nelsinho Trad negou as acusações e garantiu que a ‘premonição’ afirmação não teria passado de ilação. “Eu reajo com ironia à acusação do candidato Delcídio e digo que esta é uma grande piada. Não precisa ser nenhum adivinho para poder supor uma situação como esta. Se ele é tão atento assim deveria observar que o que eu fiz foi reproduzir o comentário do jornalista Alexandre Garcia”, diz Nelson Trad Filho.

“Em nenhum momento eu falo o nome do Delcídio no áudio. Acho que o senador tem todo o direito de se defender, mas ele deve se explicar para a sociedade”, cutuca Nelsinho.

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