Investigador contraria testemunha e diz que Schumacher estava em velocidade elevada

Em entrevista coletiva realizada nesta quarta-feira, o promotor Patrick Quincy, que investiga o acidente de Michael Schumacher na França, afirmou que o heptacampeão mundial de Fórmula 1 atingiu as rochas a uma velocidade elevada, digna “de um esquiador experiente”, embora não tenha precisado quão rápido o alemão fazia sua descida. A tese contraria o depoimento […]

Ouvir Notícia Pausar Notícia
Compartilhar

Em entrevista coletiva realizada nesta quarta-feira, o promotor Patrick Quincy, que investiga o acidente de Michael Schumacher na França, afirmou que o heptacampeão mundial de Fórmula 1 atingiu as rochas a uma velocidade elevada, digna “de um esquiador experiente”, embora não tenha precisado quão rápido o alemão fazia sua descida.

A tese contraria o depoimento de uma suposta testemunha da batida de Schumacher no último dia 29. Em declarações à revista Der Spiegel, um comissário que estava na pista de esqui de Meribel (França) afirmou que o ex-piloto de Jordan, Benetton, Ferrari e Mercedes deslizava “a uma velocidade de, no máximo, 20 km/h”.

Especialistas citados na coletiva de Quincy nesta quarta-feira afirmaram, no entanto, que é difícil precisar a velocidade do choque de Schumacher. Para isso, os promotores do caso afirmaram ouvir diversas fontes, mas ainda prometeram analisar os esquis e o capacete do alemão, bem como a câmera que ele carregava no momento. Os itens já passaram por uma primeira análise, e Quincy afirmou que a investigação tem “progredido bem”. Segundo ele, as imagens da câmeara do alemão são “extretamente compreensíveis”, o que deve ajudar a dar detalhes mais precisos sobre o acidente.

“Ele é evidentemente um esquiador experiente, mas um de seus esquis atingiu uma rocha que estava fora da pista, causando sua queda e provocando o choque de sua cabeça contra uma pedra. A pedra em questão estava a 8 m da pista. Sua posição após a queda era de 9 m fora da pista”, explicou Quincy. “Examinamos a filmagem feita de seu capacete. É perfeitamente clara e nos deu muitas informações, confirmando toda a informação que já tínhamos. Usamos este filme para criar uma reconstituição”, completou. O vídeo não foi exibido, entretanto.

Os esquis utilizados por Schumacher “não são a causa do acidente”, declarou Stéphane Bozon, comandante da unidade da gendarmaria francesa a cargo da investigação. O estado dos esquis e a marcação das pistas são essenciais para estabelecer eventuais responsabilidades no acidente.

A pista de esqui na França Michael Schumacher sofreu o acidente estava preparada de acordo com os padrões nacionais. “Há padrões franceses que estabelecem as regras de segurança, sinalização, demarcação… As checagens que fizemos mostram que esses padrões foram respeitados”, disse o promotor Patrick Quincy.

O acidente aconteceu no último dia 29 de dezembro, enquanto Michael Schumacher esquiava com a família em Meribel, na França. Segundo apurações, o alemão teria se desequilibrado em um banco de neve na entrada de uma pista fora da trilha, atingindo duas rochas antes de bater a cabeça em uma terceira. No momento, o capacete se rompeu.

Schumacher está internado em coma induzido desde então. Os médicos ainda não fazem prognósticos sobre sua recuperação, ao passo que a família do ex-piloto pede privacidade.

Conteúdos relacionados