Derretimento na Antártica Ocidental é irreversível, afirmam cientistas

Seis geleiras estão derretendo de baixo para cima por causa do aquecimento da água. Somente elas podem elevar o nível do mar em 1,2 metro nas próximas décadas e séculos. O derretimento das camadas de gelo da Antártica Ocidental chegou a um ponto em que passou a ser irreversível e não pode mais ser interrompido, […]

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Seis geleiras estão derretendo de baixo para cima por causa do aquecimento da água. Somente elas podem elevar o nível do mar em 1,2 metro nas próximas décadas e séculos.

O derretimento das camadas de gelo da Antártica Ocidental chegou a um ponto em que passou a ser irreversível e não pode mais ser interrompido, afirmam dois estudos de pesquisadores dos Estados Unidos divulgados nesta segunda-feira (12/05).

Com base em dados recolhidos nos últimos 40 anos pela Nasa – agência espacial dos EUA –, um dos estudos afirma que seis geleiras estão derretendo de baixo para cima e fluindo para o Mar de Amundsen por causa do aquecimento da água ao redor do continente.

Essa parte da Antártica pode ser uma das maiores responsáveis pelo aumento do nível do mar nas próximas décadas e séculos, elevando o mar em 1,2 metro.

“O estudo demonstra que foi ultrapassado um limite crítico”, disse o pesquisador Tom Wagner, acrescentando que a pesquisa não foi baseada em simulações de computadores ou modelos numéricos.

Contribuição humana

Segundo o cientista Eric Rignot, autor do estudo desenvolvido pela Universidade da Califórnia em parceria com a Nasa, evidências mostram que uma grande parte do gelo da Antártica Ocidental está recuando de forma irreversível.

Apesar de a situação ser irreversível, reduzir as emissões de gases do efeito estufa, que causam o aquecimento global, poderia frear a velocidade desse processo nos glaciares de Pine Island, Thwaites, Haynes, Pople, Smith e Kohler.

“Nós acreditamos que isso está relacionado às mudanças climáticas”, diz Rignot. Para os pesquisadores, o acúmulo de gases do efeito estufa na atmosfera está alterando os padrões de vento ao redor da Antártica, levando águas mais quentes ao continente.

Segundo Rignot, esse processo poderá triplicar sua contribuição para a elevação do mar. “A descarga de gelo no oceano vem aumentando de forma contínua há mais de 40 anos”, diz o pesquisador.

Pesquisadores calculam que a geleira de Thwaites pode vir a desaparecer entre 100 e 200 anos, devido à perda gradual de tamanho e peso. Somente ela contribui anualmente para aumentar em um milímetro o nível do mar.

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