Com temas como blindagem de André parados, Marun lidera discussão sobre futebol na ALMS

A última sessão da semana da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul foi marcada por uma discussão na área esportiva: a expulsão do Grêmio Futebol Clube da Copa do Brasil por racismo

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A última sessão da semana da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul foi marcada por uma discussão na área esportiva: a expulsão do Grêmio Futebol Clube da Copa do Brasil por racismo

A última sessão da semana da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul foi marcada por uma discussão na área esportiva: a expulsão do Grêmio Futebol Clube da Copa do Brasil por racismo. O assunto ainda foi levantado pelo colorado Carlos Marun (PMDB).

O peemedebista usou os dez minutos das “Explicações Pessoais” para demonstrar seu inconformismo com a decisão do STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportivo) que excluiu o Grêmio da Copa do Brasil por causa de ofensas racistas proferidas por torcedores contra o goleiro Aranha, titular do Santos, em partida válida pelas oitavas de final da competição nacional.

“É o torpe racismo. Mas deve haver coerência das punições”, afirmou o deputado na sessão desta quinta-feira (4). Marun ainda comparou a decisão do STJD ao massacre nazista e de Israel. “Tem a ver com o nazismo que matava 300 pessoas e ao governo de Israel que bombardeava porque eram contrários. Sou contra punições generalizadas”, completou.

Na avaliação de Marun, que é torcedor do Internacional – rival histórico do Grêmio -, a punição marca a história do clube que ficará intitulado de racista. Mas para contrapor, ele deu alguns exemplos da boa trajetória da equipe gaúcha. “O autor do hino do Grêmio é negro. O primeiro governador negro do Rio Grande do Sul foi um dos primeiros governadores negros do País, o Alceu Collares, junto com o do Espírito Santo”, ressaltou.

Ao fim da exposição, o presidente da Casa, deputado estadual Jerson Domingos (PMDB), santista, brincou com o colega dizendo o Grêmio perderia o segundo jogo contra o Santos que seria realizado na quarta-feira (3). “Já está definido. Se jogasse contra o Santos iria perder mesmo”, brincou.

O deputado Paulo Corrêa (PR) pediu “Pela Ordem” para registrar o fato de um colorado estar defendendo o rival Grêmio.

Expulsão

O Grêmio foi excluído do torneio na quarta-feira (3), em sessão da 3ª Comissão Disciplinar do STJD por causa de ofensas racistas proferidas por torcedores contra o goleiro Aranha, titular do Santos, na primeira partida pelas oitavas de final da Copa do Brasil. Em decisão unânime, o clube ainda recebeu uma multa total de R$ 54 mil, e as pessoas que foram identificadas xingando o jogador foram proibidas de entrar em estádios por 720 dias.

O árbitro Wilton Pereira Sampaio (Fifa-GO) foi multado em R$ 1.600 e suspenso por 90 dias por não relatar o incidente na versão inicial da súmula, e os auxiliares também foram punidos por esse motivo (multa de R$ 1 mil e suspensão de dois meses).

A diretoria do Grêmio já decidiu recorrer da decisão, que agora será levada ao pleno do STJD. Caso a exclusão do Grêmio seja confirmada, o Santos avançará automaticamente para as quartas de final da Copa do Brasil, na espera pelo vencedor do confronto entre Ceará e Botafogo.

O Grêmio foi punido com base no artigo 243-G do CBJD (Código Brasileiro de Justiça Desportiva), que prevê perda de pontos, mando de campo ou até mesmo exclusão do clube da competição em questão.

Na última quinta-feira (28) um grupo de torcedores gremistas foi flagrado em ofensas de cunho racista contra o goleiro Aranha. O jogador do Santos denunciou o incidente de forma imediata, mas não teve a solicitação apreciada pelo árbitro Wilson Pereira Sampaio.

Posteriormente, com bases na transmissão de TV e imagens de circuito interno do estádio, a direção do Grêmio ajudou a identificar alguns dos torcedores envolvidos, que agora são investigados pela Polícia Civil de Porto Alegre. 

Durante a sessão desta quarta-feira no Rio, os advogados do Santos exibiram uma entrevista de Aranha ao Fantástico, programa da TV Globo. Por sua vez, os advogados do Grêmio usaram na defesa uma campanha do clube contra o racismo, prévia ao incidente, deflagrada através do site oficial do clube, mídias sociais e no próprio estádio.

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