O governo brasileiro descarta a possibilidade de um “caos aéreo” durante a Copa do Mundo e diz que uma combinação de maior oferta de voos, redução do turismo não relacionado ao evento, disponibilização de infraestrutura militar e uma “revisão estatística” poderá evitar problemas nos aeroportos brasileiros.

“Eu não vejo porque teríamos caos aéreo no Brasil. Não vejo o porquê desta profecia tão dantesca”, disse o ministro do Esporte, Aldo Rebelo, nesta terça-feira, em entrevista a jornalistas em Londres. Rebelo afirmoua inda que a Agência Nacional de Aviação Civil está trabalhando para ampliar a oferta do número de voos regulares e charter durante o Mundial.

O ministro disse contar com uma diminuição natural no número de passageiros que evitam fazer turismo não relacionado à Copa durante o período do campeonato. “Os congressos, as feiras, os eventos, o turismo familiar – tudo isso se reduz muito durante eventos como a Copa do Mundo. As pessoas preferem ficar em casa, para acompanhar a Copa na sua cidade. O turismo vai ser mais o turismo da Copa – as pessoas viajando para ver os jogos.”

Outro fator que deve aliviar o tráfego aéreo é o possível uso de infraestrutura militar para ajudar seleções e delegados a desembarcarem no Brasil. “O governo brasileiro disponibiliza todos os aeroportos militares – e temos isso em grandes números – para auxiliar na operação aérea durante a Copa do Mundo. Por exemplo, a recepção das delegações, a assistência da alfândega, Polícia Federal e retirar dos aeroportos civis esse foco de tensão.”

‘Revisão estatística’

Rebelo disse que, em número absoluto de turistas, a Copa do Mundo não é um evento maior do que o Carnaval, realizado no começo do mês. A projeção do governo é de que o Brasil atrairia 3,6 milhões de turistas durante a Copa – 3 milhões de brasileiros viajando internamente e 600 mil estrangeiros chegando ao País. Segundo Rebelo, só durante os dias do Carnaval, três cidades brasileiras – Rio de Janeiro, Salvador e Recife – receberam mais de seis milhões de visitantes.

Um terceiro fator que contribuiria para evitar um caos aéreo seria uma “revisão estatística”, com aumento da oferta de assentos em voos durante o período da Copa. Rebelo disse que, nos últimos dias, várias reservas de quartos de hotéis e de assentos de voos foram desbloqueadas por agências de turismo, liberando-as para o mercado.